Edição no DNA pode retardar velhice e curar doenças
Um estudo do Instituto Salk de Pesquisas Biológicas, na Califórnia, descobriu uma forma de corrigir genes “defeituosos” do DNA humano. Com isso, cientistas esperam curar doenças cerebrais incuráveis e até mesmo aumentar o tempo de vida das pessoas com simples procedimentos. A pesquisa foi testada em ratos de laboratório nascidos com retinose pigmentar, condição hereditária que atinge cerca de 50 mil pessoas só no Brasil, causando degeneração na retina e cegueira.
Os ratos que receberam modificações genéticas no DNA tiveram parte da visão recuperada. “Apesar do teste demonstrar a melhora nas respostas visuais dos ratos, a recuperação foi só parcial, não restaurou a visão completamente”, explicou a pesquisa, publicada na revista Nature. A complicada técnica utilizada pelos pesquisadores é chamada HITI, e insere genes em uma célula que não se divide para fazer a renovação dela. “A capacidade de usar o HITI em um animal vivo dessa forma não tem precedentes e vai ajudar no avanço da neurociência básica e avançada”, justificou Pedro Guillen, um dos autores da pesquisa.
Além dos olhos, tecidos do cérebro, coração e fígado também poderão passar por esse procedimento. “Ainda não estamos tão perto de testes em humanos porque o procedimento pode afetar o DNA de outros tecidos de forma indesejável”, explicou Guillen. Apesar dos caminhos que ainda devem ser trilhados para a aplicação da técnica, cientistas da área se mostram otimistas. “Considerando que envelhecer significa adquirir mutações de DNA, a habilidade de corrigi-las pode nos dar uma forma de extender nossa vida útil e tratar doenças relacionadas à idade”, explicou, ao analisar o estudo, o professor da Universidade de Oxford, Robert MacLarem, em entrevista ao jornal britânico The Independent.