Pais ganham direito de rejeitar quimioterapia para filho de 6 anos
O Tribunal Familiar da Austrália, concedeu o direito dos pais do garoto de seis anos, Oshin Kiszko, de rejeitarem o tratamento de quimioterapia para tratar um tumor no cérebro da criança. De acordo com o juiz Richard O’Brien, o melhor para o garoto é um tratamento paliativo do tumor raro conhecido como meduloblastoma.
“Não se trata mais do direito de viver ou ter uma morte pacífica, não se trata de algo filosófico, trata-se dos melhores interesses da criança”, disse o juiz, de acordo com o tabloide britânico The Sun. “Esse caso é sobre Oshin Kiszko, e como fazer para que os seus interesses, como um indivíduo único com circunstâncias únicas, podem ser atendidos”, complementou.
O garoto foi diagnosticado com um tumor maligno em 2015, porém, os pais Angela Kiszko e Adrian Strachan, foram contra o tratamento recomendado pelos médicos, por conta do risco de efeitos colaterais sérios, como deficiência intelectual permanente.
O Hospital Princess Margaret tinha conseguido na Justiça, em março de 2016, o direito de tratar Oshin com quimioterapia mesmo contra o desejo familiar. Ele passou por dois ciclos do tratamento. O hospital entrou novamente na Justiça em agosto de 2016 para que além da quimioterapia, fosse dado ao menino o tratamento da radioterapia. Os pais, porém, argumentaram que ele precisava de um tratamento paliativo, dado a doentes terminais, que não têm mais chance de cura. Oshin chegou a passar por uma cirurgia em dezembro de 2015 e lhe foi dada uma chance de até 60% de viver por mais cinco anos, isso se fosse tratado com a quimioterapia e a radioterapia.
Os pais porém, sempre defenderam a qualidade de vida ao pouco tempo que resta ao menino. “O atraso na terapia já havia reduzido substancialmente as chances de cura de Oshin”, argumento o juiz O’Brien. Dessa forma, até outra decisão judicial, Oshin Kiszko passará os últimos anos de sua vida sendo tratado de forma paliativa, tentando ter a melhor vida possível para uma pessoa em sua situação. O hospital ainda pode recorrer na Justiça.