O mistério da aparição de Nossa Senhora em Pesqueira
Município pernambucano tem registros de aparições de Nossa Senhora das Graças entre 1936 e 1937
Há 80 anos, Cimbres, região localizada no município de Pesqueira, Agreste do estado, se tornaria um dos poucos lugares do mundo a ser investigado como ponto de aparição de Nossa Senhora das Graças. A história sobrenatural é pouco conhecida entre os pernambucanos e teve início quando, em 1936, duas antigas moradoras afirmaram ter visto, no local que hoje é reconhecido como santuário do distrito, Nossa Senhora das Graças próxima a uma pedra. Até o ano seguinte, seriam realizados outros 40 registros, incluindo a formação de uma pequena fonte de água na pedra em que ela teria aparecido, como forma de provar à população a presença da santa. Uma das adolescentes pernambucanos que a teriam visto, inclusive, deve ter processo de beatificação iniciado em 2017.
Uma história, três Marias: Graças, Conceição e Luz
Relatos ainda afirmam milagres relacionados à Irmã Adélia, como a cura do filho de Maria das Neves: “Meu filho caiu do 5° andar e ficou em estado gravíssimo no hospital. Contei à Irmã Adélia e ela me falou que pediria e rezaria junto com Nossa Senhora pela vida dele e ele ficou curado”.
Falecida em dezembro de 2013, Irmã Adélia pode ser beatificada após reunião de provas de um milagre feito após sua morte e concordância da Congregação das Irmãs Damas. “Acredito na santidade da Irmã Adélia. O processo está sendo feito com serenidade, como exige a Igreja. No centenário da Diocese, em 2018, gostaríamos de oficializar”, garante o bispo do município, dom José Luiz.
O santuário
O local das aparições virou um santuário e até hoje atrai fiéis, principalmente, no mês de agosto, quando são realizadas as festividades, sendo o último dia do mês o ponto alto, já que é quando, acredita-se, teria sido quando a santa pediu para que o evento fosse feito. “Não tem uma data especifica de criação do santuário. As pessoas, simplesmente, começaram a chamá-lo assim e tudo isso aconteceu em agosto de 1936”, explica a pesquisadora Ana Lígia.
Em 2015, a festa reuniu 8 mil pessoas. “Muitos religiosos comparecem à festa hoje em dia. Eles pernoitam aos pés da imagem colocada no local das aparições. Já outros, assim como eu, preferem ir lá em outra época, em busca de um lugar mais silencioso e sem tumulto”, conta Ana Lígia que, além de escrever o livro, também passou a frequentar o santuário.
Registro do padre Kehrle da primeira festa dedicada à santa, em agosto de 1936
Mayra Couto
Repórter