Veneno de aranha diminui risco de sequela de AVC
Uma molécula encontrada no veneno da aranha australiana teia-de-funil mostrou-se altamente preventiva para caso de acidente vascular cerebral (AVC). A substância foi testada em ratos e, após resultado positivo, humanos passarão pelos testes em breve.
AVCs matam cerca de 6,4 milhões de pessoas por ano e muitas outras ficam com sequelas em partes do cérebro que podem ser pequenas ou chegar a ser debilitantes, gerando tratamentos equivalentes a 3% dos custos da assistência médica mundial. Pelo menos 85% desses AVCS são derrames isquêmicos, o que significa que a circulação sanguínea causa perda de oxigênio em parte do cérebro ou em sua totalidade, resultando em morte de células cerebrais.
Esse processo é automático, pois o cérebro responde à falta de oxigênio matando células cerebrais desnecessariamente por causa do Acid-sensing ion channel (ASIC1a), mas não se sabe exatamente qual é o propósito dele. Nos testes feitos em ratos, os cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, perceberam que, ao desligar o ASIC1a, os ratos demonstram um dano muito menor após ter um derrame, de acordo com o site científico IFLS.
A partir dessa conclusão, os pesquisadores passaram a buscar alguma substância que pudesse ser usada para testes em humano e é exatamente esse o efeito do veneno das aranhas teia-de-funil. O veneno contém uma substância chamada PCTx1, que funciona como um bloqueador do ASIC1a.
Os cientistas ainda realizarão testes para descobrir se o veneno também tem efeito em outros tipos de derrames, como o hemorrágico, e, se for declarado que ele funciona, será possível injetar a substância nos pacientes a caminho do hospital, diminuindo os riscos de sequelas.