Uso prolongado da maconha afeta memória, diz estudo

Hypescience/Reprodução

Já apontada por alguns estudos como a menos agressiva das drogas, inclusive quando comparada ao álcool, e defendida por usuários como não-prejudicial, a maconha é o epicentro de mais uma controversa pesquisa. Publicação da JAMA Internal Medicine revela que o fumo regular da erva, ao longo de anos, afeta a memória e a velocidade do processamento. O levantamento foi motivado como forma de verificar possíveis efeitos da liberação da maconha em todo o território norte-americano, uma vez que já há estados que legalizaram a comercialização da erva em circunstâncias específicas, que variam de território para território.

O estudo analisou a influência da maconha no cérebro dos jovens por meio de testes com mais de 5 mil jovens, com idades entre 18 e 30 anos. Durante 25 anos, mais de 3,4 mil jovens foram acompanhados, de forma a permitir a associação entre o uso maconha e a consistência da memória verbal, a velocidade de processamento e a função cognitiva.

De acordo com a CNN, a cada cinco anos, a memória verbal de quem fez um teste ficou menor. Era necessário lembrar de 15 palavras de uma lista, apresentada há 25 anos, e a cada meia década, metade dos participantes ia lembrando uma palavra a menos no total – resultado que os pesquisadores associaram justamente ao uso prolongado de maconha. Não há provas, no entanto, que o uso, em curto prazo, gere impacto.

Wayne Hall, pesquisador do Center for Youth Substance Abuse Research at the University of Queensland in Australia e Michael Lynskey do the National Addiction Centre at King’s College London escreveram que esse estudo é importante para que os jovens saibam dos efeitos provocados. “O desafio da saúde pública é encontrar formas eficazes para informar aos jovens que usam ou estão considerando o uso, sobre os riscos cognitivos e outros de uso diário a longo prazo”.