Primeira nação espacial abre processo seletivo para cidadãos interessados em imigrar

James Vaughan / Ilustração

Em comemoração aos 60 anos do lançamento do primeiro satélite, o Sputnik 1, um grupo de cientistas anunciou que pretende criar a primeira nação espacial do mundo em 2017: a Asgardia. Os inventores pretendem lançar o primeiro satélite já no próximo ano e, em 2018, a ideia é construir uma estação espacial que receba, de forma planejada, milhões de cidadãos.

As condições básicas para ser um cidadão asgardiano é ter mais de 18 anos, morar em um país que permita a dupla cidadania, e inscrever-se no site Asgardia.space. Entre os candidatos mais cobiçados, estão os profissionais de tecnologia, ciência e direito. O número de pessoas que já se inscreveram, até a manhã do dia 18 de outubro de 2016 – a maioria moradores da China, EUA e Turquia – superou 400 mil pessoas – o que tornaria Asgardia, imediatamente, o 178º país mais populoso do mundo, à frente de nações como Guiana Francesa, Bahamas e Islândia.

De acordo com os criadores do projeto, o nome Asgardia faz referência ao reino dos deuses da mitologia nórdica, Asgard – o mesmo que aparece nos quadrinhos do herói Thor, da Marvel – local que visa “servir a humanidade” e buscar a “paz no espaço”. Um dos líderes e fundadores da nação espacial, Igor Ashurbeyli, é um renomado empresário e cientista russo. O projeto conta também com a participação de Joseph Pelton, diretor do Instituto de Pesquisa Espacial e Comunicação Avançada da Universidade George Washington, dos Estados Unidos.

Em entrevista ao jornal The Guardian, Ashurbeyli diz acreditar que a vida fora da Terra será vital para o futuro da humanidade. “Fisicamente, os cidadãos desse Estado-nação serão da Terra; eles viverão em países diferentes do planeta, então eles serão cidadãos do seu próprio país e, ao mesmo tempo, de Asgardia”. Para que o país seja reconhecido pela ONU, ele precisa ter território próprio. Então, a ideia é que ela tenha uma nave tripulada passeando pelo espaço. De acordo com o site do projeto, Asgardia “vai oferecer uma plataforma independente, livre da restrição das leis de um país em terra. Vai tornar-se um lugar em órbita que é verdadeiramente ‘terra de ninguém”‘.

A equipe de empresários e cientistas está em busca de parcerias para lançar o satélite na órbita terrestre e dar o primeiro passo na democratização da exploração espacial, que hoje só faz parte da realidade de um pequeno grupo de nações desenvolvidas. A nova nação pretende decidir sua bandeira, sua insígnia e seu hino com participação popular e o concurso para o design da bandeira já está sendo conduzido no site.

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