Presidente da OAB-PE responde a convite de formatura “sincero” de universitário do Recife
O presidente da Ordem dos Advogados de Pernambuco (OAB-PE), Ronnie Duarte, comentou nas redes sociais a mensagem do “convite sincero” de formatura do estudante de direito recifense Lucas Jensen. Formado pela Universidade Católica de Pernambuco e com especializações na UFPE e na Universidade de Lisboa, o advogado contou que, ao ler a mensagem, se sentiu levado de volta à juventude e lembrou da ansiedade e inquietação de poder finalmente exercer a profissão quando se formou. “Encarei as renúncias ao convívio social como algo inerente à responsabilidade que deve recair sobre aqueles que, missionários da justiça, buscam uma formação técnica para defender direitos alheios, dos cidadãos”, comentou.
Ronnie aconselhou, ainda, que Lucas não siga a advocacia. “Por tudo o que li, tenho a certeza de que nela você poderá até ficar rico, mas muito dificilmente conseguirá ser feliz”, afirmou. Em poucas horas, a publicação alcançou dezenas de compartilhamentos na rede social. Leia a mensagem completa:
Relembre caso:
Após seis anos de faculdade, o estudante Lucas Jansen, de 23 anos, decidiu fazer um texto inusitado no convite para a formatura do curso de Direito. Não satisfeito com os tradicionais textos oferecidos pelas empresas, ele decidiu fazer a própria mensagem para parentes e amigos. “A empresa de formatura mandou umas quatro opções diferentes de texto, mas percebi que eles eram muito aquilo que está em todo o convite. Então tirei 20 minutinhos para fazer algo que tivesse mais a minha cara”, explica o formando. O resultado foi um misto de desabafo com comicidade que em poucos minutos ganhou o Brasil. “Aos meus inimigos, gostaria de dizer que acabou, estou formado e pronto para meter o famoso processinho”, brinca na mensagem. Leia texto completo:
Passado seis fucking longos anos e acabou essa desgraça. A faculdade começou de uma maneira maravilhosa, estava empolgado com um novo ambiente, novos professores, novas amizades. Pobre iludido era eu. Foram-se os anos e eu já estava surtando com os assuntos acumulados, vários trabalhos para entregar, provas cujo único objetivo era foder com minha vida social e desgastar meus neurônios, sem falar na demora de colocar a nota no sistema, né? Jesus, eu já não estava aguentando, pisar na faculdade no fim do curso era um tormento, eu olhava na cara dos professores e lia em suas testas “atura ou surta”, meus colegas me davam raiva (principalmente aqueles que ao fazer uma pergunta na aula dão uma palestra. Nunca seja esse tipo de pessoa!), todos os dias eu olhava para aquele lugar e dizia: não dá mais. E pra completar, no último ano, ainda tive que estudar para maldita prova da OAB e entregar um TCC. Aos meus inimigos, gostaria de dizer que acabou, estou formado e pronto para meter o famoso processinho. E como diria um filósofo contemporâneo cujo nome eu não me lembro, “não estudo para ser chamado de doutor, estudo para ser chamado de rico”.