Cérebro aprimora outros sentidos de pessoas cegas, afirma estudo
Lembra do Demolidor – o super-herói dos quadrinhos (e mais recentemente, de uma série de TV)? O chamado Homem sem medo é cego, mas tem como superpoder uma ampliação extrema de seus outros quatro sentidos. Parece bem impossível, não é? Bom, segundo o Schepens Eye Research Institute, que fica na cidade norte-americana de Boston, nem tanto. Um estudo realizado por eles afirma que o cérebro de pessoas cegas reorganiza suas conexões neurais, de modo a aprimorar as percepções de tato, olfato, paladar e audição.
Funções como cognitivas como memória e linguagem também seriam melhoradas em pessoas que não possuem visão. A líder da pesquisa, Dra. Corinna Bauer, explicou ao jornal Daily Mail que essa compensação feita na falta da visão seria possível através da chamada neuplasticidade – que é a habilidade que nosso cérebro tem de adaptar-se naturalmente às nossas experiências.
Para chegar a essa conclusão, a equipe liderada pela Dra. Bauer comparou imagens dos cérebros de 12 pessoas nascidas com deficiência visual com as de outras 16 que possuem visão normal, todas na mesma faixa etária. As imagens foram obtidas através de técnicas de ressonância magnética e mostraram que os cérebros das pessoas cegas apresentavam evidências de conexões aprimoradas, com envio de informações por determinadas áreas que, nos cérebros das pessoas que enxergam normalmente, não apresentaram a mesma atividade.
Os cientistas esperam que esses resultados levem ao desenvolvimento de técnicas e procedimentos que proporcionem maior compensação à falta de informações visuais. O que não quer dizer que uma pessoa cega um dia vá sair pulando pelos telhados da cidade – a menos que ela seja treinada por um clã ninja ancestral, é claro.