Pai passa a viver como menina de seis anos e outros casos de transgêneros que impressionam o mundo
Pai, canadense e casado por 23 anos. Foi por conta dessas características que o “nascimento” de Stefonknee (se fala “Stefany”) Wolschtt, aos 46 anos, causou polêmica até mesmo fora de seu país de origem, quando anunciou que desejava seguir a vida como uma menina de seis anos de idade. Um caso de gênero e de idade trans que ela resume como “Não quero ser uma adulta agora. Não posso negar que fui casada ou que tive filhos, mas eu superei tudo agora e voltei a ser uma crainça”, disse em entrevista à série “The Transfender Project”, publicada pelo Daily Extra. Esta foi a primeira vez que fala abertamente sobre o caso desde sua transição, em 2009.
A esposa não aceitou sua nova identidade e pediu a separação. Depois, a acusou de assédio e hoje ela não pode se aproximar de onde ela vive. Em 2012, quando a filha mais velha se casou, Stefonknee tentou suicídio pela primeira vez, uma vez que a condição de sua participação na cerimônia seria se ela se vestisse “como um pai” e sentasse na última fileira, sem cumprimentar nenhum familiar. Desde então, Stefonknee encontrou pais adotivos que, segundo ela, a aceitam e queriam uma companhia para a neta deles.
Casal trans
Casos como o de Stefonknee Wolschtt ainda geram controvérsias, mas estão longe de isolados. Nos Estados Unidos, o casal Arin Andrews e Katie Hill fizeram sucesso nas redes sociais depois que revelaram sua história: ambos se submeteram a cirurgias de redesignação sexual ainda na adolescência e continuaram a namorar depois. Eles se conheceram em 2012, ainda no início do processo de transição e ambos postavam vídeos no YouTube acompanhando o processo físico e emocional de suas mudanças.
Em novembro de 2015, pouco antes da exibição do documentário sobre suas vidas “Jovem, trans e buscando amor“, o casal, com 21 e 19 anos, respectivamente, anunciou o fim do relacionamento e garantiram continuar bons amigos. Após a história se popularizar na internet, muitos outros jovens participaram do projeto e contaram suas histórias, considerando a dupla “uma inspiração”.
Casamento mantido
Diferentemente dos casais desfeitos, o casamento de 12 anos de Shelagh May e Virginia Lee May se manteve mesmo depois que Steve, 58, se descobriu mulher e fez cirurgia para se tornar Shelagh. O problema, de fato, foi que no início do processo, Shelagh começou a tomar hormônios femininos sem supervisão médica ou mesmo sem conversar com a esposa, que descobriu seus planos. Apesar dos embates, brigas (e de uma cozinha destruída), continuam juntos quatro anos depois.
“Pensei ‘Eu não amo mulheres, não quero ficar com uma mulher. Quero o homem co quem me casei. Achei que minha vida tinha acabado. Mas é uma questão de amor. Quando a olho nos olhos, enso na pessoa com quem me casei e isso não mudou. Mudou o exterior, não a pessoa. Agora, ela é mais feliz. Tenho uma parceria melhorada”, garantiu Virginia ao jornal The Toronto Star.
Transição midiatizada
A maior parte dos casos de transição é comentada após a conclusão dos procedimentos, o que não pode ser dito de Caitlyn Jenner, talvez o caso mais famoso de redefinição sexual. Ex-atleta, o campeão olímpico de decatlo, Bruce assumiu identidade feminina em 2013. Todo o processo foi televisionado, uma vez que se tratava de um membro da família Kardashian, socialites americanas conhecidas pela exposição de suas vidas privadas em reality shows. Em 2014, seu divórcio foi oficializado, após 23 anos de casados.
A imagem de Caitlyn Jenner ganhou força – chegando a ser capa da Vanity Fair – e virou um dos símbolos para a aceitação dos transgêneros. Em 2015, foi a celebridade mais buscada no Bing.