Mudança climática alterou distribuição de nuvens, diz estudo
Um estudo publicado na Revista Nature no dia 11 de julho de 2016 revela uma das consequencias das mudanças climáticas documentada pela primeira vez: a distribuição de nuvens no mundo mudou. Essa realidade alterou o cenário do planeta, expandindo zonas secas em regiões subtropicais, entre 20 e 30 graus de latitude em ambos os hemisférios. Além disso, as nuvens teriam se deslocado para cima – e, com maior altitute, os efeitos do aquecimento global se tornam ainda mais efetivos.
Em entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post, o cientista Joel Norris, do Instituto de Oceanografia Scripps, da Universidade da California, em San Diego, explica que a mudança significa mudança nas rotas de tempestades conhecidas e efeitos significativos para a saúde do planeta. “Um aumento de CO2 leva ao resfriamento da estratosfera, enquanto a troposfera está esquentando, o que significa que as nuvens estão subindo muito mais alto do que constumavam fazer. As nuvens estão se dirigindo aos polos e em altas latitudes, há menos radiação solar. Então, as nuvens brancas estão refletindo menos dessa radiação no planeta do que faziam ao estar mais próximas dos trópicos e do Equador. Agora, temos um cobertor mais grosso, o que também é um efeito de aquecimento”.
O estudo é a confirmação de teorias sobre gases do efeito estufa e há outras possibilidades em estudo relacionadas a mudanças das nuvens, traçadas em modelos matemáticos que, se confirmadas, teriam impactos ainda desconhecidos e ainda discutidos na comunidade científica. Isso porque estudos como esse trata de descrição de um movimento natural, sem dedicar-se às causas ou a mensurar as consequências dessa realidade.