Capixaba é velado em bar com amigos, samba e cerveja
Onze caixas de litrão de cerveja, 20 caixas de latão e 15 litros de cachaça. Essa é a lista de bebidas consumidas de graça em um bar durante o velório de Gleisson Silva, famoso no município de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, por ser um dos maiores boêmios da cidade.
O velório foi como Gleisson desejava. Ele foi velado cercado por amigos, ao som de muito samba. O velório, ou festa, seguiu até o sol raiar, quando já era hora de levar o corpo para o sepultamento. Dono de um bar no bairro de Ilha da Luz, em Cachoeiro, há três décadas, Silva faleceu aos 68 anos, deixa a esposa, com que era casado por 44 anos e quatro filhos.
“Meu pai, quando ia ao velório de algum amigo, voltava triste e cabisbaixo. E ele sempre dizia: ‘no meu velório não quero tristeza, quero samba, quero ser velado dentro do bar'”, disse Glaucio Fragosos da Silva, filho e herdeiro do bar ao Gazeta Online do Espírito Santo. Gleisson era fã de baralho e cerveja, e teve o desejo prontamente atendido pela família.
Ele foi acometido por um acidente vascular cerebral na terça-feira de Carnaval, após viajar ao Rio de Janeiro. Dois dias depois sofreu três paradas cardíacas e não resistiu. O corpo de Silva foi levado ao bar às 11h do mesmo dia para ser velado, seguido por amigos vindos do Rio e de Cachoeiro do Itapemirim. A festa durou até 8h do dia seguinte. “Umas três mil pessoas passaram para ver meu pai. É muito bom saber que seu pai quando morre é bem quisto”, contou Glaucio. Várias dessas pessoas levaram instrumentos e improvisaram uma roda de samba.
Para se ter uma ideia da dimensão tomada pelo velório, a Guarda Municipal teve que intervir para evitar que a rua em frente ao bar fosse fechada pelas pessoas. E Gleisson teve seu desejo atendido. O seu velório foi uma grande festa.