Após ficar cego, brasileiro encontra alegria em fotografar
Após se acidentar enquanto trabalhava em uma fábrica de sapatos e perder a visão nos dois olhos aos 24 anos, Valdir da Silva não imaginava que encontraria na fotografia uma forma de retomar a vontade de viver. O morador da cidade de Taquaruçu do Sul, no Rio Grande do Sul, esbarrou em latas de solventes e foi perdendo gradativamente a visão. Revelou ter até mesmo pensado em se matar, mas após receber incentivo de uma professora descobriu uma nova paixão. “Comprei uma máquina simples e ela foi me dando dicas”, lembrou em depoimento ao jornal Folha de São Paulo.
Hoje, Valdir utiliza o tato e a audição como guias para fotografar tudo o que não pode ver. O calor da luz do sol, por exemplo, é um dos indicadores da hora perfeita de fotografar o entardecer. “Se escuto determinado barulho, sei que ali tem uma árvore. Se escuto um passarinho cantando, se ouço uma pessoa falando, mais ou menos defino a distância e a altura”, explicou. Ele já participou de exposições e sonha em investir em equipamento profissional para filmar um documentário sobre aqueles que têm deficiência. “As pessoas enxergam o mundo muito visual e esquecem da essência”, contou.