Produção de espermatozoides cai mais de 50% no mundo
Um estudo liderado por um pesquisador da Universidade Hebraica de Jerusalém indicou que o ser humano pode ser extinto por causa de uma queda na produção dos espermatozoides. Assim, um grupo de sete pesquisadores de várias universidades ao redor do mundo se juntou para analisar o resultado de 185 estudos diferentes da América do Norte, Europa, Austrália e Nova Zelândia. Eles descobriram que a contagem de espermatozoides entre homens dessas regiões caiu pela metade nos últimos 40 anos.
De acordo com a análise, a queda foi de 52,4% na concentração de espermatozoides e uma diminuição de 59,3% na contagem total das células reprodutivas no esperma de homens dos locais estudados. O especialista em toxicologia reprodutiva Anderson Martinho Andrade explicou que, apesar dos resultados preocupantes, a intenção desse estudo não era identificar as causas dessa queda. “Esse artigo serve para abrir a discussão para as causas dessa queda tão grande. Precisamos investigar os fatores ambientais e participar dessa conversa, pois há uma relação entre a contagem de espermatozoides e a saúde geral do homem”, explicou.
Os dados mostraram que o Brasil, em relação aos outros países, não teve queda na média da contagem de espermatozoides, mas isso não quer dizer que ela não exista. A pesquisa realizada pelos pesquisadores fez um levantamento de vários outros estudos realizados anteriormente e, segundo Anderson Andrade, não havia pesquisas o suficiente para saber como anda o nível de espermatozoides no Brasil. “Por algum motivo, não há muitos dados sobre o Brasil, mas isso não quer dizer que não tenhamos uma queda aqui também. Talvez apenas não haja dados o suficiente ainda e, futuramente, vamos descobrir a realidade do país”.
Mesmo o objetivo da nova pesquisa não ser mostrar os motivos por trás da queda, o especialista em toxicologia reprodutiva aponta que há uma relação com o período pré-natal. “Se a mãe fumava cigarros, o envolvimento com substâncias químicas, estresse e a obesidade estão diretamente relacionados aos riscos de queda na produção de espermatozoides”, contou. A ideia agora é confirmar os motivos por trás da queda e tentar combatê-los.