UFPE: Estudo tenta eliminar enxaqueca e busca voluntários
Pacientes pernambucanos que sofram de enxaqueca crônica agora contam com uma tentativa de livrar-se da doença: um estudo da Universidade Federal de Pernambuco tenta controlar as crises da doença com uma terapia inovadora, que utiliza microcorrentes elétricas para estimular e induzir as áreas que percebem a dor no cérebro. A pesquisa é conduzida no Laboratório de Neurociência Aplicada (Lana), coordenado pela professora Kátia Monte-Silva, e busca voluntários pacientes para o desenvolvimento de um tratamento preventivo das dores de cabeça.
O recurso terapêutico utilizado é o da estimulação transcraniana, que se utiliza de microcorrentes conectadas ao cérebro para modular as áreas cerebrais que percebem a dor. Pessoas que sofrem com crises muito fortes acabam ficando com essa área mais sensível e um simples cafuné é percebido como algo extremamente desconfortável. “Um carinho na cabeça, coisa que seria agradável, o cérebro entende como algo doloroso. Isso acontece quando o paciente sente dor por períodos prolongados, ai há essa sensibilidade. Estamos tentando fazer com que o cérebro entenda de outra forma”, explica Kátia.
Essas microcorrentes usadas no tratamento modulam e modificam a atividade cerebral, para que o cérebro interprete estímulos de outra forma. Segundo a professora, se trata de uma técnica segura, indolor e não há nenhum risco para a saúde dos voluntários. O uso da estimulação transcraniana já ocorre normalmente entre pacientes em recuperação após AVCs, com crianças que têm autismo e para outras dores crônicas.
Para participar da pesquisa, o paciente precisa ter dor de cabeça pulsátil, unilateral e com intensidade de moderada a grave, com crises de 4 a 15 vezes por mês. A idade recomendada é entre 18 e 55 anos. Não podem participar pacientes que sofram com outros tipos de cefaleia, dores crônicas associadas a outra doença, pessoas com implantes metálicos na cabeça ou que tenham epilepsia ou qualquer outra crise convulsiva.
O voluntário deve se inscrever por e-mail (lana.ufpe@gmail.com) ou telefone (81-2126.7579/99770.8502/99677.6155) e, então, passará por uma pré-triagem por telefone, depois uma triagem mais aprofundada no laboratório de neurociência e então, se aceitar, assinará o termo de consentimento para participar. Primeiro, o paciente ficará em observação por um mês, preenchendo um “diário de dor”, para então passar por 12 sessões, realizadas três vezes por semana, e depois mais um mês de monitoria para análise da eficácia do tratamento.