Apesar da moda, brasileiros desconhecem verdadeiro (e viciante) mundo do Netflix
De acordo com o professor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco, Carlos Ferraz, o streaming tem conquistado os consumidores por oferecer um serviço de qualidade por preços acessíveis. “Um download pago de um filme, por exemplo, era algo muito caro. Hoje você paga R$ 20 e tem acesso a um acervo muito grande”, aponta o professor. “Do ponto de vista do mercado legalizado, há uma preferência cada vez mais clara pelo streaming”, complementa.
Usuários em milhões
Brasil
América Latina
Mundo
Se jogue no sofá (em 5 sugestões)
5 séries
5 documentários
5 musicais
5 clássicos
Nada alcança a pirataria
O impacto do Netflix no chamado mercado ilegal, entretanto, ainda não é possível mensurar. Mas, ao menos, em curto ou médio prazo é praticamente impossível que o streaming se sobreponha. Mesmo barato, o serviço perde para o download “pirata”, que é grátis. E o Brasil é um dos países que mais alimentam esse “mercados” no mundo. De acordo com pesquisa divulgada em dezembro de 2014 pela revista norte-americana Variety, especializada em entretenimento, o país foi o líder em downloads ilegais das dez séries mais baixadas durante o ano, totalizando 28,4 milhões. “Aqueles fãs mais apressados, não esperam até que a série ou o filme chegue ao streaming e continuarão indo em busca do download”, aponta Carlos Ferraz. Além disso, o acervo do Netflix no Brasil, mesmo em expansão, ainda é restrito em comparação aos títulos disponíveis para os usuários norte-americanos, por exemplo. O acervo disponível nos Estados Unidos é quase três vezes maior que o brasileiro, de acordo com dados de setembro de 2014. “Para que entre aqui no Brasil, tem que disponibilizar a legenda e o idioma dublado, além disso algumas licenças permitem a exibição dos títulos em determinados países. O custo para igualar os acervos seria muito alto”, ressalta. No Canadá, a presença do Netflix ajudou na diminuição do mercado ilegal. Dados mostram que o número de torrents no país nos primeiros anos de funcionamento do Netflix caiu pela metade. A Netflix, no entanto, é ciente do tamanho da pirataria e tem se mostrado que uma mudança não virá de uma hora para a outra. Em entrevista concedida em junho, o CEO da companhia, Reed Hastings, tratou os downloads ilegais, inclusive, como os propulsores do crescimento registrado pela Netflix. Para ele, o torrent e os downloads como um todo, criaram nas pessoas o hábito de ter o filme que quer na hora que quiser e isso pode ser utilizado e otimizado pela empresa.
Uma locadora que só cresce. Sim, você leu “locadora”…
João Vitor Pascoal
Repórter
Rodrigo Silva
Fotógrafo