Turismo de tubarão: mergulhos na África do Sul fazem sucesso na web e dão lição ao Recife

Águas limpas, recheadas de tubarões e uma estrutura de turismo com direito a mergulhos em gaiolas para tornar o problema um atrativo. Claro que não estamos falando do Recife. Em Cape Town e em Gansbaai/Klenbaai, na África do Sul – um dos redutos mais famosos dos grandes tubarões brancos e um dos focos de ataques no mundo – o temor que congela espinhas no mundo inteiro desde a popularização de filmes que colocam o animal como “monstro do mar” é capitalizado. São várias excursões, repletas de turistas, que ganham o mar com iscas para atrair tubarões – tudo para gerar uma imagem de efeito para profissionais da imagem ou estimular a “selfie perfeita”.

Registro do fotógrafo Richard Symonds:

O “passeio” permite crianças a partir de 7 anos na gaiola e grupos de até 6 pessoas, sem a necessidade de cilindro, já que parte das excursões atraem os tubarões para a parte de cima da água, podendo ser observados apenas colocando a cabeça dentro d’água ou mesmo de cima do barco. O passeio dura entre 1h e 1h30 e cada pessoa pode permanecer na gaiola por um período de 30 a 45 minutos.

Pensa que é uma experiência muito fora da realidade? Pois mergulhar com tubarões custa, em média, 90 dólares, ou algo em torno de R$ 350 e pode ser feito o ano inteiro, ainda que a baixa estação seja entre janeiro e março (e o inverno seja melhor que o verão).
Vídeo da australiana Melissa Naomi, com direito a pau de selfie:

Não há muito a comparar com o Recife nesse cenário. Os tubarões dos mares brasileiros são do tipo tigre, cabeça-chata ou galha-preta, por exemplo. É possível vê-los, em segurança, em mergulhos abertos, sem gaiola, nas proximidades dos naufrágios – do qual Recife é capital nacional, por sinal. O problema é que o temor dos 60 ataques desde 1992 e a cultura local em relação aos animais é um desestímulo a esse tipo de turismo, que ainda sofre com falta de uma estrutura mais robusta e, claro, uma frente de educação de respeito ao ecossistema marinho, em vez do medo.

Bom, na África do Sul aprenderam a lição.
E estão ganhando dinheiro com isso…