Pesquisa aponta igualdade de gênero no congresso só em 2080

Agencia Senado / Reprodução

Seguindo o ritmo de crescimento registrado atualmente, a igualdade de gênero no Congresso Nacional será atingida apenas em 2080. Os dados são da pesquisa Ranking de Presença Feminina no Parlamento 2017, do projeto Mulheres Inspiradoras, realizada a partir de dados do Banco Mundial e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dados recolhidos mostram que o Brasil está muito abaixo da média internacional de 23% de mulheres no poder Legislativo. Mesmo com o crescimento de 87% nos últimos tempos, crescimento 6% abaixo da média mundial, o país ainda levaria 63 anos para que o número de representantes mulheres na Câmara dos Deputados e no Senado fosse igual ao de homens.

Desde 1990 o Brasil está abaixo da média. De lá pra cá, o percentual de mulheres dentro do Senado e da Câmara dos Deputados passou de 5,3% para 9,9%. “Considerando, supostamente, 9,9% da Câmara de mulheres ou 50,7 deputadas e considerando 2,7% de crescimento anual, o tempo médio para o País chegar a 177 cadeiras femininas (média mundial de 23%) hoje demoraria cerca de 33 anos”, aponta a pequisa.

Analisando dados de 138 países, o Brasil ficou em 115º na lista. Ruanda está em primeiro, com 63,8% de mulheres, seguido por Bolívia (53,1%) e Cuba (48,9%). Os primeiros dez países do ranking possuem algum tipo de cláusula de gênero ou cota, em sua constituição, para mulheres na política.

O estudo aponta a baixa quantidade de candidatas, a carência de recursos e atividades partidárias menos voltadas para formação de novas lideranças como motivos para esse cenário atual. O pleito ao Senado em 2014, por exemplo, contou com 350 candidatas do total de 1850 (19% do total). Dos 22 senadores eleitos naquele ano, apenas 5 (8%) eram mulheres.

“Cremos que para aumento do percentual de mulheres na política será necessário um conjunto de medidas não só por parte do poder público, mas também que seja um desejo da sociedade civil, que mais mulheres queiram disputar eleições e sejam devidamente incentivadas e apoiadas para tal”, explicou Marlene Campos Machado, porta-voz do projeto Mulheres Inspiradoras, ao Huffington Post.

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