Pensando em morar fora? Cidades europeias pagam para você morar lá

Zyyath / Creative Commons

Viver uma experiência fora do Brasil é o sonho de muitos. Poucos sabem, porém, que algumas cidades do exterior chegam pagar para que imigrantes possam aumentar os índices populacionais de vilas milenares ou de municípios esvaziados por moradores que buscam experiências em cidades maiores. Na maioria das vezes, porém, uma série de requisitos precisam ser preenchidos para a mudança ser feita na legalidade. Confira alguns deles:

 

lha de Tristão da Cunha

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O arquipélago de Tristão da Cunha, um dos mais remotos do mundo, fica entre a América do Sul e a África e tem pouco mais de 200 habitantes. Com mão de obra escassa e a maioria dos moradores trabalhando com agricultura, a ilha de propriedade do Reino Unido precisa frequentemente de funcionários qualificados para fazer trabalhos que variam de médico até padre. Todo o traslado até a ilha é pago pelo governo, assim como um pagamento anual de em média £ 25 mil (equivalente a R$ 112 mil) por ano. Os contratos têm, em média dois anos. No momento, uma instituição de conservação animal tem vagas para voluntários, assim como a única escola do arquipélago, com 23 crianças, que precisa de um professor de inglês e outro de matemática. Todas as vagas são anunciadas no site da ilha e os requerimentos são saber falar inglês fluentemente, se esta não for a primeira linguagem. “Se você precisar usar um aplicativo como o google tradutor para entender o que está escrito nesta página, nós temos o pesar de informar que seu inglês não é bom o suficiente para trabalhar em Tristão”, afirma a publicação. Trabalhar é a única forma de morar na ilha se você não tem nenhum parente que já viva ali.

 

Candela, Itália

A cidade italiana de Candela passou por um grande problema de despopularização na virada do milênio, com o número de moradores decrescendo de 8 mil pessoas em 1990 para apenas 2,7 mil em 2017. Isso foi atribuído à grande quantidade de jovens se mudando para capitais europeias em busca de maiores oportunidades profissionais, assim como o envelhecimento da população que ali ficou, com a maioria dos idosos chegando ao fim da vida. A solução de dar dinheiro para quem se mudasse para lá, de acordo com o jornal norte-americano CNN, foi proposta pelo próprio prefeito. “”A proposta é a seguinte: € 800 (equivalente a R$ 3 mil) para os solteiros, € 1,2 mil (R$ 4,5 mil) para casais, € 1,8 mil (R$ 6,8 mil) para famílias com até três pessoas e € 2 mil (R$ 7,8 mil) para famílias com mais de quatro pessoas”, explicou Nicola Gatta em entrevista ao jornal. Para morar ali, porém, é necessário seguir alguns critérios: todas as pessoas precisam conseguir um emprego na região com renda de pelo menos € 7,5 mil e alugar ou comprar uma casa.

 

Para recém-formados

A província de Saskatchewan, no Canadá, dá uma oportunidade na América do Norte para pessoas recém-formadas com um programa de “retenção de graduados”. Eles oferecem cerca de C$ 20 mil (equivalente a R$ 50 mil) para aqueles que acabaram de se formar com a condição de que a pessoa passe, pelo menos, sete anos vivendo ali e tenha cumprido trâmites legais para imigrar ao país.

Buscas exacerbadas levaram cidades a voltar atrás

 

Em 2007, a cidade de Ponga, no principado de Astúrias, região da Espanha, decidiu dar um pagamento mensal aos casais que se mudassem para lá após ser considerada a região com a população mais velha de todo o país europeu. Dos 851 moradores, apenas 50 tinham menos de 18 anos de idade na época. Assim como em outros pequenos municípios e condados do continente, a pacatez da região faz com que os mais novos busquem novos horizontes em outros locais, deixando a população mais velha e com menos tempo de vida ali. A bonificação para cada casal era de € 6 mil (cerca de R$ 23 mil) por mês e o único requerimento para quem queria se mudar era manter o compromisso de passar pelo menos cinco anos residindo ali. Por causa de uma crise financeira, porém, a cidade parou de oferecer o serviço em 2014 e hoje foca em adaptar os forasteiros ao local. “A maioria das pessoas vêm do Uruguai, Argentina e Chile”, explicou o serviço social do país em nota enviada ao jornal La Nueva España.

Em 2017, o prefeito da cidade italiana de Bormida fez uma proposta semelhante a de muitas pequenas cidades europeias em um post do Facebook. Nas semanas seguintes, após receber milhares de mensagens e compartilhamentos ele voltou atrás com a decisão, afirmando que a iniciativa só se aplicaria a pessoas com cidadania italiana e assegurando que aquela era “apenas uma ideia”.

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