Os desafios do Turismo do Recife para 2016

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Em 6° lugar no ranking de competitividade do turismo, capital pernambucana terá novos voos e investimentos para capitalizar atividade em ano de Jogos Olímpicos no Brasil. Arte: Samuca

 

Depois de subir um degrau no ranking de competitividade turística no Brasil, passando ao 6° lugar, o Recife tem pela frente tantos desafios quanto oportunidades. Tentar capitalizar a realização dos Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro, é um primeiro passo. Para isso, trabalha na captação e recepção de turistas. De um lado, novos voos internacionais serão anunciados. De outro, equipamentos como o Cais do Sertão, serão expandidos, com a construção do segundo módulo, de obras já asseguradas.

Segundo o secretário de Turismo do Recife, Camilo Simões, a capital tenta fazer crescer o turismo de lazer. “Éramos vendidos como destino de sol e mar, mas outros próximos se consolidaram, como Carneiros e Porto de Galinhas e a busca não é por praia urbana. Já investimos no turismo de negócios, em que a cidade é uma das mais relevantes do país”, diz. Aponta equipamentos como o Cais do Sertão, Paço do Frevo e o Instituto Ricardo Brennand como atrativos culturais, indicador em que a cidade está atrás de Salvador e Rio de Janeiro, na pesquisa. “Em Buenos Aires, o tango é oferecido em todo lugar, mas pela iniciativa privada. Temos dificuldade aqui, com o frevo, por exemplo e só agora nosso “roteiro assombrado”, que sempre foi sucesso, passou a ser comercializado”, afirma, citando ainda melhorias na orla de Boa Viagem desde início de parcerias privadas.

Entre os “pecados” da capital, dois pontos se destacam: infraestrutura e políticas públicas. O primeiro, por envolver o estado todo, especialmente sobre o transporte público, dada a característica descentralizada dos polos, o que inviabiliza o turismo a pé, tradicional em muitos destinos turísticos. O segundo, por levar em conta não apenas propostas, mas a integração município x estado, uma vez ambas as gestões locais sendo do mesmo partido (PSB).

O secretário estadual de Turismo, Felipe Carreras, aponta o Pacto Metropolitano como aposta de melhoria. “O Recife é a porta de entrada, mas hoje ‘vendemos’ 13 municípios como um grande atrativo turístico. Além disso, as demais cidades complementam a capital, 2° maior polo médico do Brasil e expoente no Turismo de Saúde, não muito discutido”, defende.

A experiência com o voo direto da TAM para Buenos Aires, que chega ao estado com 90% de argentinos, deve voltar as atenções para o mercado internacional. “Investimos em reforçar nossos atrativos. O Cais do Sertão terá ordem de serviço assinada em janeiro para expansão. Além disso, nos posicionaremos quanto à Olimpíada no Rio, mas também em destinos como São Paulo e Santa Catarina, além dos principais países de origem dos turistas, como Colômbia, Chile e Argentina”.

 

Novas rotas estudadas

Buenos Aires

Buenos Aires
Via Gol
Início de operações: 16 de janeiro de 2016

Bogotá

Bogotá
Via Avianca
Anúncio: 1° trimestre de 2016
Início de operações: 1° semestre de 2016

Santiago

Santiago
Negociam Gol e Tam
Anúncio: 1° semestre de 2016
Início de operações: 1° semestre de 2016

Havana

Havana
Via Gol
Anúncio: cancelado

Estados Unidos

Estados Unidos
Em negociação com Azul.
Sem cidades definidas. Hoje, há voo pela American Airlines para Miami.

Europa

Europa
Em negociação com Azul.
Novos destinos em estudo, incluindo Itália e Alemanha (hoje, feito exclusivamente para Frankfurt, pela Condor).

Sobre os novos voos a partir do Recife, destinos esperados foram deixados de lado (Havana, com a Gol) em função de novas rotas que emitissem contingentes maiores de turistas para o estado, em especial, com a Azul, que amplia sua malha para EUA e Europa. O continente tem como maiores emissores Portugal, Itália e Alemanha.

 

Ed Wanderley

Ed Wanderley

Repórter multimídia

Ed é repórter do Diario desde 2010. Se pudesse, ganhava a vida viajando (mas sempre acharia um jeito de voltar ao Recife).