Pacientes do Canabidiol abrem a Marcha da Maconha, no Recife

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Pacientes que utilizam o medicamento seguirão na linha de frente da caminhada em prol da ampliação dos direitos sobre a erva, incluindo cultivo e administração

 

Apesar de muitas vezes associados à proibição e ao tráfico, alguns compostos da maconha, a Cannabis, são utilizados na medicina no controle de doenças. No Brasil, a importação de remédios à base da erva é permitida desde 2015, mas ainda há preconceito, combatido, na Marcha da Maconha neste domingo (26). Famílias e pacientes que tiveram rotina melhorada após a permissão caminharão por direitos de administração e cultivo para fins medicinais.

Desde que o Canabidiol (CBD) foi permitido, o uso do medicamento no tratamento de doenças neurológicas, como epilepsia e esclerose, foi possível, mas, para muitos, ainda há um longo caminho. “O que nos colocou a pensar seriamente no plantio é a informação de que toda vez que uma mãe entra na Justiça para conseguir o CBD, o valor é altíssimo, chega a R$ 3 mil”, explica Sayaka Fukushima, membro da Liga Canábica, coletivo que luta pela ampliação de direitos de quem precisa utilizar a droga com fins de saúde. O grupo, representado por familiares e simpatizantes de usuários do canabidiol, sairá à frente da caminhada, a partir das 16h20, da Praça do Derby.

O horário não é por acaso: quatro e vinte (da tarde) faz menção à associação do número com o próprio ato de consumir maconha nos EUA, onde, até hoje, o 20 de abril (4/20, já que o calendário americano põe o mês à frente) serve de alusão à erva.

Divulgação / Anvisa

Várias teorias justificam a origem da expressão: a mais popular é de que, em uma escola da Califórnia, um grupo de alunos se encontrava para usar Cannabis após a aula, pontualmente às 16h20. A história teria se espalhado até tomar proporções mundiais. Não à toa, camisas e artefatos relacionados à droga levam a hora nas embalagens.

Poucas pesquisas têm obtido resultados concretos sobre a efetividade de compostos da cannabis, como o THC, em tratamentos. No estado, o uso do canabidiol em especialidades como neurologia ainda é quase nulo. “Algumas pesquisas têm estudado, mas não há resposta categórica que permita dizer, sem sombra de dúvidas, se canabidiol é ou não efetivo”, explica o neurologista do Hospital das Clínicas Pedro Paulo Nascimento.

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