Maratonas de TV elevam risco de doenças e até de morte
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, avaliou os riscos de passar muito tempo assistindo televisão. Segundo o estudo, duas horas extras de televisão ao dia aumentavam em 40% o risco do telespectador sofrer de embolia pulmonar. Aqueles que assistiam cinco horas ou mais por dia tinham o dobro da probabilidade de morrer pela doença do que os que assistiam 2 horas e meia.
Isso ocorre porque as horas de inatividade que são gastas diante da TV podem aumentar o risco de morte por um coágulo de sangue nos pulmões. O estudo avaliou os hábitos de mais de 86 mil pessoas, acompanhando indivíduos que tinham entre 40 e 79 anos, entre 1988 e 1990, acompanhando-os por um período de 19 anos, registrando um total de 59 mortes por embolia pulmonar.
De acordo com o condutor da pesquisa, o professor Hiroyasu Iso, a embolia pulmonar é mais frequente em países ocidentais do que no Japão, onde o estudo foi conduzido. “Hoje em dia, com streamings de vídeos online, o termo binge-watching (algo como maratonar, em português), usado para descrever a visualização de múltiplos episódios de programas televisivos de uma vez, tornou-se popular. Essa popularidade pode refletir um hábito que cresce rapidamente”, disse ao jornal britânico The Independent.
Os cientistas também analisaram outros fatores que poderiam influenciar nos resultados, tais quais a obesidade, diabetes, hábito de fumar e pressão alta. A obesidade foi o fator primário da doença após horas de televisão. “Depois de uma hora, mais ou menos, levante-se, alongue-se, caminhe – ou tensione e relaxe os músculos da perna por cinco minutos enquanto estiver assistindo TV”, aconselha.
A pesquisa foi conduzida em um período antes dos serviços de streaming tornarem-se populares, o que sugere que o quadro pode ter piorado atualmente. Em 2014, um relatório do Journal of the American Heart Association avaliou que adultos que passam mais de três horas em frente da TV dobram o risco de uma morte prematura por qualquer causa. Os pesquisadores registraram 97 mortes de 13.248 mil jovens espanhóis com uma média de 37 anos de idade, dos quais 60% eram mulheres. Os participantes desse estudo foram acompanhados por uma média de 8,2 anos. Entre as mortes registradas, 46 eram de câncer, 19 de problemas cardiovasculares e 32 de outras causas.