Homem tem que ficar deitado para sobreviver à dor de cabeça

Pixabay/Reprodução

Acordar de ressaca na segunda-feira após algumas cervejas no fim de semana é uma causa bem comum de quem levanta sentindo uma dor de cabeça forte. Só que essa razão, certamente, não é a mesma do escocês David Baldwin, 37. Ele, há quatro anos, acordou com uma dor de cabeça que o impede de fazer atividades simples até hoje, como caminhar e até sentar.

A dor é tão intensa que o homem evita, inclusive, rir ou espirrar. Ações que, para qualquer outra pessoa, são banais. Para ele, no entanto, representa um verdadeiro risco à saúde. É que Baldwin tem uma condição rara chamada “perda de líquido cefalorraquidiano”. A estimativa é que essa realidade atinja cerca de cinco pessoas a cada 100 mil no mundo por ano.

“Não era uma dor de cabeça normal, daquelas que você toma um paracetamol e esquece que ela existiu”, afirmou Baldwin em entrevista ao jornal britânico BBC. Ele descreve como uma espécie de pressão contínua, como se houvesse tijolos em cima da sua cabeça, empurrando o cérebro para baixo. “Isso é o que faz essa condição ser tão limitadora. Porque não dá para viver assim”, desabafou.

Segundo a associação britânica CSF Leak Association, a perda do líquido cefalorraquidiano é uma consequência de uma ruptura na membrana que rodeia a medula espinhal e o cérebro. Ou seja, do sistema nervoso central. Devido a isso, o efeito efeito amortecedor do líquido e a posição do cérebro ficam prejudicados. O resultado é, enfim, fortes dores e outros sintomas graves.

A experiência de Baldwin é realmente desesperadora. Ele contou ao jornal britânico que não conseguia caminhar do seu quarto até o banheiro. “Tinha que ir agachado, de tão forte que era a dor”, detalhou. Só que o pior de toda situação é ter que conviver com os sintomas, porque o diagnóstico normalmente demora e o tratamento não é simples.

O neurocirurgião envolvido no tratamento de Baldwin, James Walkden, revelou que os próprios médicos sabem pouco a respeito. “Devo dizer que na faculdade de Medicina e até na pós-graduação, o que se ensina sobre esta condição é zero”, disse à BBC. Ele explicou que só uma pequena sub-especialização da neurocirurgia e da neurologia reconhecem esta condição e, por isso, os pacientes precisam ir muitas vezes ao médico e passar por vários diagnósticos errados.

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