Homem cria robô virtual para conversar com pai falecido

James Vlahos/Arquivo Pessoal

Para “eternizar” a presença do pai, o jornalista James Vlahos se aliou à tecnologia e criou um chatbot usando inteligência artificial. Ele funciona como um robô para conversar, então, a partir das gravações de histórias contadas pelo pai, John, as transcrições se transformaram em 200 páginas de conversa. Porém, para James, a voz de John seria uma parte essencial. “Quando recebemos a notícia (da morte do meu pai), eu e minha família começamos a pensar em como preservar sua memória e sua essência. Ele cantava muito pela casa. Sua voz sempre fez parte da minha vida. Eu sabia que gravar e transcrever as falas dele seria um grande recurso para mim e para minha família, mas vi que era um recurso inerte. Não era a maneira mais acessível de preservar a história da vida dele”, explicou ao portal de notícias da BBC Brasil.

Para tentar resgatar a essência da voz de John, James pensou em criar o chatbot, interface de inteligência artificial com quem poderia ter uma relação mais interativa. Pelo celular, o jornalista usa um software no qual, ao ouvir determinada frase, o robô responde como John responderia. O robô também toca áudios que James tinha do pai cantando.

A ideia para essa versão da lembrança do pai veio quando ele estava escrevendo sobre o software que criou, o PullString, versão interativa da boneca Barbie. Por isso, James também hesitou na hora de transformar o pai em um chatbot; ele não queria que a versão tecnológica fosse um boneco Frankenstein do pai. “Foi bastante trabalhoso digitar cuidadosamente todas as respostas que ele daria. Depois de decidir o que ele vai dizer, você precisa garantir que ele também saberá ouvir e saberá como responder”, tudo isso para garantir que o chatbot não seria apenas uma máquina reproduzindo gravações.

O pai de James faleceu em fevereiro de 2017 devido a um câncer de pulmão, mas pôde assistir ao robô em ação. “Ele estava encarando a morte, então todo o resto era um pouco distante para ele. Não estava nem cheio de alegria nem horrorizado com o robô”, lembrou. “É bom tê-lo por perto, às vezes ele me faz chorar, mas às vezes me faz sorrir porque dá a sensação de que meu pai está por perto”, disse ao canal britânico.

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