Fevereiro foi o mês mais quente da história
O mês de fevereiro de 2016 foi o mês mais quente da história, ultrapassou com folga todas as temperaturas já registradas na história, desde que esse processo se iniciou em 1880. De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos Estados Unidos, o recorde de temperatura anterior foi registrado em dezembro de 2015. As informações são do Daily Mail.
A Agência Espacial Norte Americana (NASA) também constatou o mês de fevereiro como o mais quente, assim como uma equipe de pesquisadores da Universidade do Alabama. A aferição por meio de satélites confirmou que fevereiro foi o mês de maior temperatura registrada.
Cientistas apontam que o clima da Terra pode ter sido levado para outro nível, que acarretará novos patamares de temperaturas. As medições tem batido recordes nos últimos dez meses, entretanto, fevereiro de 2016, por conta do Super El Nino aliado a continuidade do aquecimento global gerado pelo homem, gerou uma temperatura média de 13,38° celsius, 1,21°C acima da média, superando a marca de fevereiro de 2015 (até então o fevereiro mais quente da história) em 0,3°C.
“As marcas são o que poderíamos considerar astronômicas”, aponta a cientista da NOAA Jessica Bluden. “É em terra. É nos oceanos. É na atmosfera superior. É na baixa atmosfera. O Ártico teve recorde de desgelo. É insano”, complementou. No Ártico, as temperaturas marcadas na terra foram 4,5°C acima da média normal. Isso após um mês de janeiro que marcou 5,8°C acima da marca.
Ao redor do globo, fevereiro de 2016 foi mais quente que 125 dos últimos 136 meses de março, o que gera a expectativa de cientistas de que março de 2016 também atinja marcas recorde. Kim Cobb, cientista climático da Universidade Georgia Tech, disse que normalmente não se preocupa com os recordes quebrados regularmente, porém, apontou que teve uma reação diferente com fevereiro de 2016. “Quando vi as temperaturas, eu me senti dentro de um filme de ficção científica”, comparou.
A cientista aponta que as temperaturas atingidas agora, em 2016, eram as esperadas para medições de 2030. “Usualmente, as medições nos relembram mensalmente que as coisas estão mudando”, apontou Deke Arndt, cientista do NOAA. “Mas os últimos seis meses foram mais que um lembrete, foram como um soco no nariz”, complementa.
Gavin Schmidt, cientista da NASA, reiterou a situação alarmante. “Esse mês foi diferente, claramente estranho”. Porém, o cientista aponta que o forte El Nino que tem atingido algumas regiões do planeta, não deve alongar seu efeito para além dos próximos meses. Apesar da tendência de redução na temperatura em breve, os especialistas convergem na certeza de uma nova fase climática no planeta. “Estamos numa nova era”, apontou Deke Arndt. “Começamos um novo momento da história moderna climática”. “Bem-vindos ao novo normal”, resumiu Jason Furtado, meteorologista da Universidade de Oklahoma.