Aos 19 anos, rapaz conhece o pai e o salva de vício no crack

Leonardo Oliveira / Arquivo pessoal

O soldado Leonardo Pereira, de apenas 19 anos, mudou a vida do próprio pai quando decidiu conhecê-lo. O morador do Distrito Federal nunca teve o nome do genitor na certidão de nascimento e, quando descobriu que teria uma filha, foi em busca de respostas sobre o passado dele. Conseguiu conhecer o próprio pai, mas descobriu também que o homem tinha um vício de drogas que levou embora grande parte da vida e do dinheiro dele.

Para encontrá-lo, Leonardo procurou a escola na qual os pais estudaram e se conheceram. Explicou a situação para a diretora e saiu de lá com o nome completo e endereço do vigilante Orlandino Roque. Quando chegou na casa, porém, descobriu que ele não morava mais lá. Deixou o número de telefone com uma vizinha e em três semanas conseguiu o tão esperado contato com o pai. Fez um teste de DNA e logo ganhou uma nova família, com madrasta, tios e irmãos. “Fizemos um almoço pela manhã para eu conhecer a família, e à noite a esposa dele me ligou e contou sobre o vício em drogas. Fiquei muito triste. Eu pensava ‘acabei de conhecer meu pai e posso perder ele'”, explicou o rapaz em entrevista ao portal G1.

A conversa se multiplicou em longos desabafos nos quais Leonardo descobriu que o pai era viciado há mais de três décadas. Durante esse tempo, ele chegou a gastar mais de R$ 35 mil em cocaína, maconha e crack, criando dívidas e arriscando a própria vida em bocas de fumo. Foi aí que ele articulou uma primeira intervenção junto à família, que terminou em mais uma promessa vazia de reabilitação por parte de seu Orlandino.

Continuando a receber ligações desesperadas da madrasta, Leonardo decidiu, então, tomar uma atitude drástica: ameaçar usar drogas da mesma forma que ele. Só aí o lavrador decidiu se internar. “O que você falou aquele dia se eu não parasse de fumar essa droga, você lembra? Você disse ‘pai, se você não parar eu vou usar junto com você'”, recordou o homem em carta enviada para o filho durante a reabilitação. O homem ganhou um ano de internação em uma clínica na qual faz uma série de trabalhos domésticos junto a outros 80 homens, acompanhados por equipes de médicos e psicólogos. “Ele disse que não sente mais vontade de nada. Que ele quer aproveitar a vida”, contou Leonardo.

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