Agora, não doador de órgãos é quem deve declarar-se, na França

Departamento de Defesa dos Estados Unidos / Domínio Público

A partir do dia 1º de janeiro de 2016, todos os franceses serão considerados como doadores de órgãos até que declarem ao contrário em um registro oficial. Durante um mês, a Agência de Biomedicina do país organizou propagandas em massa na TV e internet explicando as regras de doação. A decisão foi tomada por representantes do governo após o grande número de mortes na fila de transplantes em 2015. Em um ano, 553 pacientes dos 21 mil esperando por um órgão do país não resistiram, segundo o jornal francês L’express.

Aqueles que não quiserem doar os órgãos podem preencher um registro na internet ou deixar uma declaração escrita e assinada com parentes antes da morte. O desejo da família só será levado em consideração se apresentarem alguma prova de que o morto se recusava a ter os órgãos doados. Na Europa, Espanha e Bélgica são países que adotaram a mesma forma de doação de órgãos, ficando, respectivamente, em 1º e 3º lugar, segundo o Registro Internacional de Doação e Transplante de Órgãos em 2015. Outros países que têm lógica invertida, a mesma abandonada pela França, são Brasil, Alemanha e Reino Unido. O último lugar da lista fica com a Coreia do Sul, com o número de 0,02 transplantes.

No mesmo ranking, o Brasil está em 28º lugar, como o primeiro país da América Latina, com 14,1 transplantes realizados por milhões de habitantes. Para ser doador no país, de acordo com a legislação vigente, o paciente precisa deixar familiares e amigos cientes do desejo, pois eles são os responsáveis pela retirada dos órgãos. Eles podem, também, registrar com adesivos no documento de identidade. Em Pernambuco, a Central de Transplantes do estado realizou 15 mil operações do tipo em 20 anos de existência.

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