Estudo aponta que estrelas surgiram a mais tempo do que a ciência acreditava
A saída do Universo da Era das Trevas – período em que não havia nem estrelas, tão pouco galáxias ou planetas, como a Terra – ocorreu a 180 milhões de anos, e não 550 milhões, como era dito anteriormente pela ciência. A nova versão científica sobre o momento no qual a luz passou a existir é fruto de um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, liderados pelo astrofísico Judd Bowman.
A detecção de um sinal de rádio do universo primitivo serviu como fundamento sobre os novos conceitos acerca da formação das estrelas, publicado na revista interdisciplinar britânica Nature, criada em novembro de 1869. O estudo levou 12 anos para ser finalizado e os resultados finalmente chegaram.
Uma “pequena” antena do tamanho de uma geladeira foi desenvolvida pelos cientistas e colocada em uma região remota da Austrália. Na área há menos ondas de rádio de origem humana, logo haveria menos interferência nas ondas de rádio vindas do Universo. O objetivo era captar radiações cósmicas de fundo, que chegam à Terra como microondas. Espécies de ‘impressões digitais’ deixadas pelas primeiras estrelas.
O que Judd e sua equipe procuravam com esse equipamento eram vestígios da época de re-ionização que ocorreu por volta dos 380 milhões de anos do Universo. De acordo com o jornal português Público, a equipe detectou uma pequena “descida na intensidade da radiação cósmica de fundo”. Com isso, a equipe pôde concluir que as estrelas surgiram “apenas” 180 milhões de anos após o Big Bang. Ao levar em consideração que o universo tem cerca de 13.800 milhões de anos, a conclusão dos resultados apontam para o surgimento de luz cósmica há cerca de 13,62 milhões de anos.
Em declaração ao Público, o astrofísico Judd Bowman afirma que “detectar esse tipo de sinal abriu uma nova janela para o Universo primitivo”. Isso porque os telescópios não conseguem ver longe o suficiente para ter uma imagem das estrelas antigas.