Adolescentes se vestem de membros da Ku Klux Klan em evento escolar

Mais uma vez, uma suposta brincadeira escolar ganha contornos polêmicos. No dia 7 de junho de 2017, o Colégio Anchieta, em Salvador, realizou o Dia do Mico: nele, estudantes que irão prestar o vestibular comparecem à aula vestindo fantasias, no intuito de criar um clima de descontração. Dois alunos, porém, causaram constrangimento e deixaram muita gente ofendida ao aparecerem fantasiados como integrantes da Ku Klux Klan – organização racista norte-americana.
A escola realiza o evento anualmente; nesta edição, o tema era “Tribos urbanas”. A organização escolhida pelos alunos, porém, em nada se assemelha a tal conceito. Fundada no século XIX, a KKK promove ideias de supremacias da “raça” branca, discriminação de negros, hispânicos, judeus e outras minorias e se caracteriza por suas vestes típicas – becas e máscaras cônicas na cor branca. Além de trajes semelhantes, os alunos (que não foram identificados) também carregavam cruzes de madeira.
As fotos fora publicadas no Facebook e rapidamente atraíram a atenção – e críticas – dos usuários da rede. O jornal A Tarde destacou vários comentários de repúdio às atitudes dos dois adolescentes; em um deles, um internauta questiona: “Pelo que foi relatado, esses alunos ‘fantasiados’ foram conduzidos de carro pelos próprios pais até o Colégio Anchieta e assim entraram/circularam pelas dependências sem nenhuma intervenção?” Um outro, aparentemente também aluno do Anchieta, comentou que “Não me deixaram entrar com um cacho de bananas, mas ir vestido com traje de grupo que matava e perseguia negros pode.”
Posteriormente, a direção do colégio divulgou uma nota, afirmando que “foram veiculadas encenações incoerentes com os objetivos do Mico e com a filosofia da escola” e que desaprova as atitudes de seus dois alunos – entendendo, porém, que a atitude cabível, nesse caso, é orientá-los sobre o erro em suas ações. Leia a nota na íntegra: