Cientistas desenvolvem vírus capaz de diminuir desejo de álcool
Uma equipe de pesquisadores do Centro de Ciências da Saúde do Texas, nos Estados Unidos, desenvolveu um vírus geneticamente modificado que poderá auxiliar no tratamento do alcoolismo. Durante o estudo, os cientistas avaliaram que este vírus é capaz de atenuar as mudanças que alguns neurônios sofrem em resposta ao consumo de álcool, que fazem com que o indivíduo sinta mais desejo pela bebida.
“A ingestão de bebidas alcoólicas pode causar alterações em uma parte específica do cérebro, chamado estriado”, explica o artigo publicado por dois dos pesquisadores, Yifeng Cheng e Jun Wang, no Daily Mail. O texto esclarece que os neurônios localizados nessa região são mais suscetíveis a mudanças nos níveis de dopamina – neurotransmissor associado às sensações de prazer e motivação -, que crescem com o consumo de álcool e drogas.
Os testes foram performados em camundongos, aos quais os cientistas disponibilizaram duas garrafas de água, uma delas com um teor de 20% de álcool. Os animais podiam decidir de onde beber e gradualmente desenvolveram o hábito de ingerir bebidas alcóolicas. O vírus injetado nos animais transmitia um gene em determinados neurônios, fazendo com que estes manifestassem uma proteína específica. “Dois dos principais neurônios localizados no estriado, D1 e D2, são responsáveis por receber informações sensoriais de outras partes do cérebro: o primeiro controla as ações que incentivam as atitudes enquanto o segundo, as inibe. O efeito causado pelo álcool suprime a função do D2, promovendo a atividade do D1”, diz o texto.
Após receberem o vírus, os camundongos receberam uma nova injeção contendo um composto químico que se prende à proteína. Essa ligação foi capaz de inibir e/ou promover a atividade nos neurônios. Os cientistas observaram que tanto a inibição do D1 quanto o estímulo do D2 diminuíram a preferência dos animais pela bebida. Apesar de oferecem uma introspecção a respeito do tratamento de alcoolismo, os estudiosos alegam que o método ainda precisa de muitos estudos e testes até ser utilizado em seres humanos.