Fernando de Noronha está entre paisagens naturais ameaçadas pela ação humana, revela estudo da WWF
Metade dos patrimônios naturais do planeta está ameaçado pelo desenvolvimento, apesar das proteções internacionais de órgãos como a Unesco. É o que revela um estudo divulgado pela World Wildlife Fund (WWF). Na lista dos lugares ameaçados estão algumas áreas brasileiras como o Arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, a Floresta Amazônica, o Atol das Rocas, o cerrado e o Pantanal.
Ao todo, 229 patrimônios naturais do planeta estão ameaçados e espalhados por 96 países. Entre os destaques estão as Pirâmides do Egito e o Parque Nacional dos Everglades na Flórida, grandes destinos turísticos mundiais. Deste total, o estudo divulgou que 114 dessas paisagens naturais, incluindo as brasileiras, estão sob ameaça de desenvolvimento das indústrias, entre elas, ações que envolvem as empresas que lidam com petróleo e gás, extração ilegal de madeira, pesca excessiva e o turismo propriamente dito.
Segundo o The Huffington Post, Robert Troya, diretor da WWF para América Latina e Caribe, afirmou: “O capital natural não é tão valorizado como as indústrias na maioria das regiões. Metas de desenvolvimento sustentável são importantes e um caminho a ser seguido. O desenvolvimento deve acontecer sob uma bandeira de equilíbrio social, econômico e ambiental”.
Além disso, se uma catástrofe ambiental atingir um desses locais milhares de pessoas que dependem das áreas turísticas, perderiam seu meio de sobrevivência. O estudo ainda revela que 11 milhões de pessoas dependem de lugares de patrimônio natural, ou seja, onde a região proporciona mais de 90% dos empregos e aquece as economias locais.
A Unesco realizou campanhas para aumentar a proteção dessas paisagens protegidas e elas apontam para uma maior consciência por parte da indústria nos últimos anos. Por exemplo: o governo de Kiribati, em 2014, proibiu a pesca comercial em seu mar, o maior patrimônio natural na lista da Unesco. Por isso, Troya ressalta: “As pessoas precisam entender que a preservação desses lugares afeta o futuro dos nossos filhos”.