Mulheres optam por suicídio e pais pedem para matar filhas temendo estupros em Alepo

Divulgação / Unicef

Homens e mulheres da cidade de Alepo, na Síria, estão questionando líderes religiosos sobre a permissão de executar familiares ou cometer suicídio para não serem estupradas por membros do regime militar de Bashar al-Assad. O cerco das forças militares atingem cerca de 50 mil moradores da cidade, de acordo com a Organização das Nações Unidas, mas esse número pode chegar a 100 mil. “Nesta manhã 20 mulheres cometeram suicídio para não serem estupradas”, afirmou Abdullah Othman, porta-voz do Conselho Consultivo da Frente Levante, um dos maiores grupos rebeldes da Síria, em entrevista publicada no jornal árabe Al Arabiya.

Muitos dos relatos foram compartilhados em redes sociais. Um deles, trazia a carta de uma enfermeira não identificada, destinada à oposição do governo. “Não há armas nem homens que possam ficar entre nós e os animais que estão prestes a vir”, comentou a mulher justificando sua morte. Em outro, o líder religioso Muhammad Al-Yaqoubi declarou a recorrência de perguntas do tipo durante aconselhamento espiritual. “Estamos recebendo perguntas como esta:’Um homem pode matar sua mulher ou esposa antes de ela ser estuprada pelas forças de Assad na frente dele?'”, comentou, respondendo que a prática é proibida e que é preciso ter paciência pois “a recompensa virá no pós-morte”. Mais de 80 civis foram executados em dois dias, de acordo com dados oficiais da ONU reportados pela imprensa internacional.

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