Redescobrindo a geografia de um Recife “extremo”

Podemos até pensar que, de tanta gente, o Recife estaria perto do “limite do espaço”. As extremidades da cidade desmentem isso

Pedimos ajuda ao geógrafo da UFPE Ruskin Freitas para identificar os pontos mais distantes da capital pernambucana e elaboramos mais que a nossa própria “rosa dos ventos”. Entre o que foi verificado está a constatação de que três dos quatro limites dos pontos cardeais da capital pernambucana são desabitados e de difícil acesso, enquanto o último recebe milhares de moradores e turistas todos os dias.

Rosa dos ventos recifense

“Tá frio aí em cima”?

Segundo o professor, a variação de altitude na RMR não chega a ser suficiente para causar grandes distinções climáticas, mas é possível sentir diferenças. Em grandes altitudes, bem como em morros do Recife, que chegam a 60, 80 metros e circundam planícies como Ibura e Jordão, a diferença térmica pode chegar aos 3°C. Para isso, é necessária a combinação de altitude com farta vegetação e exposição ao vento.

O mito do “abaixo do nível do mar”

Outra informação do geógrafo é que há um mito recorrente de que o Recife está a “X” metros abaixo do nível do mar. “Não é verdade. Se assim fosse, rio e mar inundariam tudo”, explica. As áreas mais baixas da região são restritas à variação entre zero metro (nível do mar) e 10 centímetros de altitude.

No Recife, a área onde foi construída a Via Mangue é um desses pontos. Outra região semelhante na RMR é a Lagoa Olho D’Água, a oeste de Candeias, também conhecida como Lagoa do Náutico

Ed Wanderley

Ed Wanderley

Repórter multimídia

Ed é repórter do Diario desde 2010, onde se dedica a reportagens voltadas ao jornalismo investigativo, digital e de dados. Mora no Recife há quatro anos e sempre foi viciado em geografia.