Pernambucanos levam “Galo da Madrugada” ao Canadá

Galo na Neve / Facebook

Para alguns pernambucanos a paixão pelo carnaval é tão grande que nem temperaturas negativas e distância de mais de 7 mil quilômetros impede a celebração da festa de Momo. A saudade do calor carnavalesco foi a grande motivadora da criação do Galo na Neve, bloco que desde 2014 reúne foliões na província de Trois-Rivières, situada em Quebéc, no Canadá. A ideia é dos pernambucanos Mariano e Mariana Falangola, que se mudaram para o país da América do Norte, em 2012.

Apaixonados pelo Carnaval, os dois nunca perdiam o Galo da Madrugada, mas precisaram abusar da criatividade e contaram com a ajuda de amigos para matar a saudade do Recife um ano depois de sair de casa. Com muito frevo, feijoada e até mesmo samba, o bloco começou reunindo cerca de 30 pessoas e bateu a marca de 120 foliões na edição de 2017, que desfilou no primeiro sábado após o carnaval brasileiro, em 4 de março. “O que a gente não faz pelo Galo? Driblamos o frio com facilidade”, brinca Mariano.

Entre os convidados não estão só os saudosos pernambucanos. Aproveitando a localização da província de Trois-Rivières, a pouco mais de uma hora de Montreal e Quebéc, cidades com milhões de habitantes, o bloco é “refúgio” para o frio e uma mistura de culturas. “Temos convidados de Cuba, África, França, Guatemala, Colômbia, canadenses e brasileiros, claro”, afirma Mariano, de 36 anos, que trabalha como coordenador de equipes no país. Na quarta edição do evento, os frevos de Nena Queiroga e André Rio ficaram a cargo de um DJ e a banda Capitale du Samba também animou o público.

Mariano Falangola / Arquivo Pessoal

Como não há patrocínio para a festa, um preço simbólico foi pago pelos convidados para ajudar com o orçamento da feijoada e do aluguel do salão. “Muitos ficam no salão por causa do frio. Os foliões mais guerreiros saíram para enfrentar os -23°C”, afirmou o organizador. O sucesso do evento é tão grande que uma emissora local chegou a transmitir parte da festa. Nas imagens, além da música brasileira, era possível ver bandeiras de Pernambuco e dos times do estado, Náutico e Sport. Quem participa do evento, porém, garante que a rivalidade não existe. “Aqui, somos todos pernambucanos”, brinca Mariano.

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