Os 5 furacões mais mortais da história – e como eles são batizados?

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O Furacão Irma é o primeiro da história a manter ventos acima de 297km/h por mais de 24h e segue para os Estados Unidos, depois de atingir uma série de ilhas caribenhas na América Central e passar por Cuba sem tocar o solo. Estima-se que ele seja o mais forte a atingir a Flórida desde o Andrew, em 1992. Apesar da força do fenômeno natural, classificado na escala máxima de intensidade, e de provocar a evacuação de mais de 20 milhões de norte-americanos, ele ainda passa longe de ser o mais destruidor da história. Até o momento, o Irma teve 18 mortes registradas, enquanto tempestades tropicais, mesmo com intensidades mais baixas na escala, a exemplo do Ciclone Bhola, que atingiu o Paquistão Oriental em 1970 e não passou da categoria 3, mas deixou mais de 300 mil vítimas, entre desabrigados e mortos.

O nível dos furacões é medido em uma escala de 1 a 5, a partir dos conceitos do de classificação do engenheiro Herbert Saffir e o ex-diretor do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos Robert Simpson, que dependem da velocidade de seus ventos, mas isso não tem relação direta com o nível de destruição ou tragédia que ele pode causar. A preparação do local para receber uma tempestade, evacuação dos habitantes e cumprimento de regras de segurança contra fenômenos como esse também entram na conta do quão séria pode ser a passagem de um fenômeno natural desta grandeza.

Para que um fenômeno do nível do furacão Irma ocorresse no Brasil, seria necessária uma determinada disposição de fatores raros. Para a formação de uma tempestade assim, um dos quesitos mais importantes é que a temperatura do mar passe de 27ºC, o que não ocorre no país, pois a temperatura do mar medida no Nordeste não passa de 26ºC. Outro fator é a “tesoura de vento”, como é chamada a mudança de velocidade ou direção das correntes marinhas, raríssimo em países na linha do Equador, de acordo com o portal de notícias da BBC Brasil. A última tempestade do gênero a acontecer no Brasil foi o Ciclone Catarina, em março de 2004, fenômeno raro que se originou da combinação de ventos incomuns com águas medindo entre 24ºC e 26ºC e chegou a atingir a categoria 2, causando inundações e três mortes em Santa Catarina.

Os 5 furacões mais mortais da história

5º Furacão do Dia do Trabalhor: ocorrido durante um feriado nacional norte-americano, o furacão atingiu a Flórida com intensidade categoria 5, em setembro de 1935, com ventos chegando a 295 km/h e causou 408 fatalidades.

 

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4º Furacão Katrina: além de ser o desastre natural mais caro a atingir os Estados Unidos, ele ainda fez 1.833 vítimas. Chegando a categoria 5 com ventos de 280 km/h, o Katrina custou US$ 108 bilhões (R$ 330 bilhões).

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3º Furacão Galveston: desastre natural mais mortal nos Estados Unidos, matou mais de 6 mil pessoas em 1900. Atingindo a categoria 4 de magnitude, as ondas provocadas pela tempestade chegaram a 4,57 metros, com ventos de 218km/h e deixaram danos totais de US$ 20 milhões na época, hoje avaliados em US$ 500 milhões (R$ 1,5 bilhão).

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2º Furacão Mitch: com ventos de mais de 290 km/h, o Mitch atingiu a América Central em 1998. As mortes estimadas chegaram a 18 mil e o furacão causou um prejuízo de cerca de US$ 7 bilhões (R$ 134 bilhões).

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1º Furacão São Calisto II: mais conhecido como O Grande Furacão, tempestade do ano de 1780 no Atlântico atingiu Porto Rico, República Dominicana, Pequenas Antilhas, Bermuda e quase toda Flórida, deixando mais de 22 mil mortos. O valor dos danos não é conhecido, mas teria excedido a marca de 320 km/h.

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O que acontece no olho do furacão?

Apesar de o “olho do furacão” ser culturalmente visto como algo negativo, o que ele realmente representa é justamente o contrário disso. A área central do fenômeno é uma área calma, pois os ventos são mais fracos e brandos. A região é formada quando há um fluxo de ar de cima para baixo, dissipando as nuvens e criando o “buraco” que pode ter em 30 km e 60 km de diâmetro e possibilita até a visão limpa do céu.

Porém, essa aparente calmaria dura pouco, além de ser enganosa. O olho do furacão pode durar minutos ou horas e dar a impressão que o pior da tempestade passou, o que faz com que as pessoas saiam dos abrigos, mas eventualmente os ventos voltam, tão fortes quanto antes. Além disso, os olhos de furacões ativos sobre o oceano acarretam ondas vindas de todas as direções, que batem uma contras as outras, e cria paredes de água as quais podem chegar a até 40 metros.

 

Como os furacões são batizados?

Os três furacões mais recentes foram chamados de Harvey, Irma e Jose. No twitter, a postagem de um usuário questionando essas escolhas viralizou. “Por que nomear furacões com nomes doces tipo Jose? Coloquem o nome desse negócio de ‘furacão da morte megatron 300’ e eu garanto que todo mundo vai evacuar imediatamente”. Então como é escolhido o nome de cada fenômeno?

Optar por nomes humanos em vez de qualquer outra palavra técnica ou número faz com que as pessoas consigam se lembrar mais facilmente e evita confusões na hora de alertas, de acordo com o portal da BBC Brasil. A lista de nomes em potencial foi criada em 1953 pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, cujo padrão então foi utilizado em outros centros ao redor do mundo.

Ela é organizada, anualmente, em ordem alfabética, alternando entre nomes masculinos e femininos, mudando de região para região. Tempestades registradas em junho já foram nomeadas Arlene, Bret, Cindy, Don, Emily, Franklin e Gert, mas apenas Harvey, Irma, Jose e Katia se tornaram furacões. Mas no caso do leste do pacífico, os nomes são Adrian, Beatriz, Calvin, Dora, Eugene, Fernanda, Greg, Hilary, Irwin, Jova e Kenneth. A lista é reciclada a cada seis anos, com nomes podendo ser eventualmente reutilizados, caso a tempestade não tenha sido devastadora – nesse caso, ele é “aposentado”. As letras Q, U, X, Y e Z são puladas no alfabeto para lista de nomes, por conta da baixa variedade de opções.

Historicamente, furacões com nome de mulheres matam mais pessoas do que os masculinos, porque costumam ser levados menos a sério, levando as pessoas a se prepararem menos, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Illinois. Furacões com nome masculino causam, em média, 15 mortes, enquanto os femininos chegam a 42. Caso a temporada seja muito intensa e a opção de nomes acabem, os centros começam a fazer uso do alfabeto grego para continuar nomeando os fenômenos.

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