Moradores criam transporte em bairros vetados pela Uber

Ubra/Facebook

A Uber, empresa que cada vez mais compete por espaço nas cidades, vetou o acesso a diversas regiões de São Paulo. Entre elas, as favelas de Paraisópolis e Heliópolis, as duas maiores da cidade, e também o bairro de Brasilândia. Quem tenta solicitar o serviço em um desses bairros só consegue, no máximo, um recado intrigante na tela do celular – “Infelizmente, a Uber não está disponível na sua área no momento”.

A grande demanda de passageiros que precisam deste tipo de serviço ao norte da capital paulista inspirou o motorista Alvimar da Silva, de 48 anos e o tatuador Emerson Lima, de 40, a criarem a solução deste problema: Ubra (União da Brasilândia). Um pequeno escritório com apenas duas cadeiras, mesa e um sofá compõem a sala de espera dos motoristas. Um celular com WhatsApp e um telefone fixo, são o que eles chamam de , central telefônica.

A Ubra foi criada há exatos 20 dias. A empresa que já conta com seis motoristas pretende ampliar a frota nas próximas semanas. “A demanda está muito grande e a gente já está perdendo corrida por falta de motoristas. A área tem uma carência grave de transporte, principalmente à noite”, explicou Emerson, à BBC Brasil.

A prefeitura da cidade de São Paulo informou que soube há pouco tempo sobre a Ubra. A Secretaria Municipal de Transportes informou que tem interesse em aumentar o número de empresas que operam na cidade, em locais onde o sistema viário ainda é pouco aproveitado pelo transporte individual de passageiros. Por outro lado, a administração municipal afirmou que a empresa ainda não entrou em contato para formalizar o credenciamento no Conselho Municipal de Uso do Viário (CMUV) e não pode transportar passageiros legalmente. Desta forma, a empresa e os motoristas estarão sujeitos à fiscalização.

Os fundadores da empresa mostram que cobram preço semelhante ao de seu concorrente. Cada quilômetro rodado custa R$ 2, enquanto a Uber cobra cerca de R$ 1,80. Eles também aceitam dinheiro e cartões de débito e crédito. “Oferecemos um serviço de qualidade para fidelizar os passageiros. Só permitimos carros em ótimas condições e com ar condicionado. Além disso, os motoristas são todos de confiança. Só nossos amigos do bairro”, relata Emerson.

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