Menino em estágio terminal quer realizar desejo de ser enterrado junto à mãe

JustGiving/Reprodução

Filip Kwansy é um menininho de 7 anos que morava na cidade inglesa de Colchester. Mas desde o ano passado, seu endereço é o Hospital da Great Ormond Street, em Londres. Infelizmente, essa será a penúltima residência de Filip. Ele sabe que sairá de lá apenas para sua última morada. E seu único desejo é que ela seja no mesmo túmulo de sua mãe, enterrada em sua cidade natal, na Polônia. Assim, Filip diz que ela poderá cuidar dele no céu. A história foi contada pelo jornal inglês Daily Mirror.

Quando Filip e seu pai, Piotr, ainda moravam na Polônia, o menino apresentou várias pintas pelo rosto e pelo corpo, cerca de um ano após sua mãe falecer em decorrência de um sarcoma (um câncer que se desenvolve nos tecidos), em 2011. Mas os médicos receitaram apenas uma pomada para a pele irritada. Os dois então se mudaram para o Reino Unido, mas a irritação persistia. Foi aí que Filip recebeu o diagnóstico de que sofria de neurofibromatose, também conhecida como Doença de Von Recklinghausen, síndrome que faz com os tecidos nervosos crescerem de maneira anormal pelo corpo, formando pequenos tumores externos.

Mais testes seriam necessários, mas Filip aparentava estar em plena recuperação ao longo dos últimos anos. Porém, em setembro do ano passado, seu nariz começou a apresentar sangramentos e ele começou a reclamar de dores nas pernas – sintomas que foram ignorados pelos médicos em um primeiro momento; mas Piotr insistiu e mais testes sanguíneos foram feitos. O resultado: Leucemia Mielomonocítica Juvenil, uma manifestação rara e bastante agressiva da doença.

O tratamento de quimioterapia foi iniciado, com sessões cada vez mais fortes, uma após a outra. Sem sucesso. Em janeiro deste ano, Filip foi submetido a um transplante de células-tronco. Também ineficaz. Em março, os médicos finalmente disseram que não havia mais esperanças de salvar sua vida. O fígado de Filip havia deixado de funcionar. Seu abdômen, dilatado, pressiona seus pulmões, causando-lhe uma dor excruciante e impedindo sua respiração. Tudo o que podia ser feito, agora, era amenizar a dor do menino até sua partida. E quando isso acontecer, ele quer estar ao lado da mãe.

Agnieszka era o nome dela. Sua sepultura se encontra na mesma cidade da Polônia onde ela e Piotr se casaram. Realizar a vontade de Filip, porém, não era algo tão simples. Seu pai está desempregado devido aos próprios problemas de saúde: ele é hipertenso, só possui um rim e é portador de espinha bífida, uma malformação da medula espinhal. Assim, Piotr não teria como arcar com os custos de sua viagem e do translado do corpo de seu filho mais velho (hoje, Piotr possui um caçula de seu segundo casamento, além de dois enteados).

Mas então, uma campanha de financiamento coletivo foi iniciada na internet. Em menos de 120 dias, o valor necessário, de 6.500 libras (equivalente a cerca de R$ 25 mil), foi totalmente arrecadado – mais, até. A ajuda veio de 476 pessoas que tornaram possível que Piotr, agora, possa dar o último adeus ao seu filho em sua própria terra. E Filip terá seu descanso eterno ao lado da mãe que mal conheceu em vida.

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