Fotógrafo cego faz sucesso registrando Paralimpíadas
Entre a multidão de fotógrafos registrando as paralimpíadas do Rio de Janeiro está João Maia, um piauense de 41 anos que perdeu a visão em 2003 após uma inflamação ocular. João nunca tinha fotografado profissionalmente antes de ficar cego, começou com uma câmera de mão e hoje utiliza câmeras profissionais para registrar os jogos. Para fazer os registros, ele analisa detalhadamente os sons feitos nas competições para saber a hora certa de clicar.
“Quando eu estou perto o suficiente para sentir os batimentos cardíacos e passos dos corredores eu sei que é a hora de clicar”, afirmou em entrevista ao jornal indiano First Post. A oportunidade de registrar os jogos veio através de um programa que seleciona fotógrafos deficientes para o evento. Junto a ele estão Leonardo Eroico e Ricardo Rojas, que ajudam João em algumas atividades. “Sem eles eu não conseguiria fazer nada, eles me ajudam com a edição, que eu nunca conseguiria fazer, e colocam minhas fotos nas redes sociais”, lembrou.
Só no Instagram, João acumula cinco mil seguidores. Com a visibilidade das fotos, ele espera conseguir deixar o trabalho de carteiro e viver da fotografia. Agora, além de incentivar outras pessoas a não desistirem dos seus sonhos, o fotógrafo conta com a realização de um desejo futuro: registrar as paralimpíadas de 2020. “Você não precisa ver para fotografar, meus olhos estão no meu coração”, concluiu.