Estudo nordestino trata queimaduras com pele de tilápia

Edmar Maciel Lima Júnior/Facebook

Camadas de pele do peixe tilápia estão sendo utilizados de forma eficiente em pacientes que sofreram queimaduras, amenizando a dor e acelerando o processo de cicatrização. Esse método está sendo aplicado no Ceará, em pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade Federal do Ceará (UFC), que vem sendo realizada desde 2016.

A tilápia usada vem de um criadouro localizado a 250 km de Fortaleza. A pele é recortada e passa por um rígido processo de esterilização, chegando até mesmo por uma radioesterilização, realizada em São Paulo. Após todas essas etapas, a pele é armazenada sob temperaturas de 3°C.

O doutor Edmar Maciel, líder da pesquisa, aponta que o custo-benefício, a eficiência e a segurança são as maiores vantagens da pele da tilápia em comparação a outros tratamentos. “Esta é a primeira vez no país que se usa pele animal no tratamento de queimaduras”, afirmou Maciel ao jornal Gazeta do Povo. Segundo ele, pele de porco é usada de forma semelhante em países europeus.

Esse curativo vem sendo aplicado em pacientes do Instituto Dr. José Frota (IJF) com queimaduras de segundo grau, superficiais ou graves. Cerca de 60 pessoas já se beneficiaram do teste com a pele e  mais 150 devem passar pelo mesmo procedimento até abril de 2017.O uso da tilápia permite fechar a ferida, evitar contaminações externas e a perda de líquidos e proteínas. A pesquisa será encaminhada para a fase final de testes antes de ser registrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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