Estímulos no cérebro fazem pacientes sentirem próteses

Johns Hopkins University/Creative Commons

Uma equipe de neurocientistas conseguiu fazer com que pacientes conseguissem sentir suas próteses de mãos a partir de estímulos elétricos no cérebro. Dois voluntários foram selecionados para os testes, após os quais eles conseguiram captar sensações em uma mão de borracha. Apesar de bem localizadas anatomicamente, elas eram descritas pelos participantes como não-naturais e diferente de qualquer outra sensação que já haviam experimentado. Um deles afirmou sentir uma vibração no dedo anelar da prótese, enquanto o outro disse sentir uma leve pressão no dedo do meio.

Os participantes foram recrutados entre pacientes que passavam por um monitoramento eletrocorticográfico – um método que permite acompanhar a atividade elétrica cerebral para identificar desvios fisiológicos e patológicos – em preparação para uma cirurgia de epilepsia. Antes dos testes, eles tiveram que passar por um processo de triagem de estimulação sensorial para identificar pares de eletrodos apropriados para evocar sensações em seus dedos e antebraços.

A mão verdadeira dos pacientes ficou escondida atrás de uma tela, enquanto uma prótese era colocada na frente dessa, às vistas do paciente, com uma distância de 15 centímetros entre os dedos verdadeiros e artificiais. Para induzir a ilusão do toque, uma pessoa treinada tocava os dedos de borracha usando uma sonda digital personalizada conectada a um dispositivo de estimulação do córtex.

“Antes da experimentação, os pacientes passaram por um processo de triagem de estimulação sensorial, no qual identificamos os pares de eletrodos adequados para evocar sensações nos dedos e antebraços”, explica o artigo publicado no site acadêmico Proceedings of the National Academy of Sciences of The United States of America. “Esse estudo demonstra que a estimulação elétrica do cérebro nos humanos pode ser usada para manipular um aspecto fundamental da autoconsciência: a sensação de que o corpo pertence a si. Nossa descoberta fornece um passo importante na busca por uma prótese robótica que não somente se mova e providencie um feedback sensorial, mas também que pareça ser exatamente como um membro da pessoa”.

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