Em longo prazo, decepção amorosa pode causar tanto mal quanto infarto

Oráculo da Lu/Ilustração

Uma pesquisa da Universidade de Aberdeen, realizada no Reino Unido, mostrou que o estresse emocional extremo pode provocar uma condição cardíaca com danos em longo prazo tão graves quanto um ataque cardíaco. A “síndrome do coração partido”, como ficou conhecida a cardiomiopatia de Takotsubo, normalmente tem como causa uma sucessão de eventos traumáticos ou um fato específico negativo que marcou muito significativamente a vida de uma pessoa e, até então, acreditava-se que seus efeitos seriam temporários. De acordo com o estudo, mais de 3 mil pessoas são atingidas pela condição no Reino Unido. A pesquisa foi financiada pela Fundação Britânica do Coração (BHF).

A relação entre o ataque cardíaco e a síndrome é por meio do funcionamento do órgão. Durante um infarto, o músculo cardíaco enfraquece até o determinado momento em que já não funciona com eficácia, prejudicando muitas outras partes do corpo. Os cientistas constataram e concluíram que os efeitos do Takotsubo podem ser permanentes, assim como os de ataques de coração. A pesquisa examinou 37 pacientes diagnosticados com a doença durante um período médio de 2 anos, realizando exames frequentes de ultrassonografia e ressonância magnética.

As evidências das análises mostraram que os pacientes tinham danos intratáveis no tecido muscular do coração, além de uma elasticidade limitada que impedia as contrações completas em harmonia com os batimentos cardíacos. Segundo um outro estudo, realizado pela Harvard Medical School, mais de 90% das pessoas com relatos da síndrome são mulheres com idades entre 58 e 75 anos. “Takotsubo é uma doença devastadora que de repente pode abater pessoas saudáveis. Pensávamos que os efeitos dessa doença que ameaçava a vida eram temporários, mas agora podemos ver que eles podem continuar a afetar as pessoas pelo resto de suas vidas”, argumenta o professor Jeremy Pearson, diretor médico associado à BHF, em entrevista ao Independent.

O professor disse ainda que, atualmente, não há um tratamento a longo prazo para quem sofre com a doença. “Esta nova pesquisa mostra que há efeitos em longo prazo sobre a saúde do coração e sugere que devemos tratar os pacientes de forma semelhante àqueles que estão em risco de insuficiência cardíaca”, afirma.

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