Universidade Yale alega ter descoberto como zika causa microcefalia

James Gathany / Creative Commons

O vírus da Zika interfere diretamente em uma proteína essencial para a divisão celular no feto humano e é essa a ação fundamental que levaria à microcefalia. A descoberta é de uma equipe de pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, que, além de apontar o que seria o início da doença, também garante que a condição presente em centenas de bebês desde 2015, em especial em Pernambuco, pode ser prevenida por uma substância que já está no mercado.

A questão é que o zika mata células-tronco e impede a criação de novas céluas e isso acontece por conta do desvio de função da proteína phospho-TBK1, cuja função principal é coordenar a divisão celular para a mitocôndria. Em outras palavras, o vírus prejudicaria a localização de fontes de energia das células, interrompendo o processo de mitose, uma vez que elas passam a morrer, em vez de se dividir.

O artigo, do dia 24 de agosto de 2016 na publicação científica Cell Reports, ainda indica que um remédio já aprovado para o mercado norte-americano, o Sofosbuvir, se mostrou promissor nos testes de prevenção do vírus, uma vez que foi capaz de manter o phospho-TBK1 diretamente atuante na divisão celular. No entanto, os cientistas admitem que são necessários mais estudos de forma a comprovar a eficácia da droga em relação à ação do vírus do zika.

“Há uma necessidade urgente em identificar tratamentos para deter a infecção do zika vírus, especialmente em mulheres grávidas. Até lá, esperamos que essa descoberta possa levar a tratamentos que minimizem os danos causados por ele”, afirmou Marco Onorati, da equipe de neurociência, medicina comparativa, genética e psiquiatria da universidade ao jornal de Yale.

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