Cova com corpos de centenas de crianças gera investigação de orfanato

Arquivos Públicos do Reino Unido

Investigações lideradas por dois jornais do Reino Unido descobriram que mais de 400 órfãos morreram e foram enterrados em uma cova comum sem nome no cemitério de St Mary, na cidade de Lanark, na Escócia. Todos os corpos eram de crianças do Orfanato de Smyllum, localizado a pouco mais de um quilômetro do local. A área, junto às lápides de antigos funcionários, foi encontrada após denúncia de dois antigos residentes da instituição e contradiz os números oficiais da casa, que registram apenas 120 óbitos entre os anos de 1864 e 1981. Período no qual mais de 11 mil órfãos foram acolhidos. Anos depois, muitos deles revelaram passar por torturas e maus tratos.

A análise de documentos, feita por mais de três meses em parceria do jornal britânico BBC com o jornal escocês Sunday Post, comprovou que a maior parte dos corpos eram de crianças com cinco anos ou menos e uma parcela menor era de maiores de 15 anos. As mortes aconteceram, em sua maioria, entre 1870 e 1930. Grande parte delas por doenças como febre tifoide, tuberculose e pneumonia, mas algumas por causas “suspeitas”, como hemorragias cerebrais e outros ferimentos que podem ser compatíveis com agressões relatadas ali. “Depois de tantos anos de silêncio, devemos saber a verdade sobre o que aconteceu aqui. É devastador saber que tantas crianças foram enterradas sem nome nessa cova”, afirmou em entrevista ao jornal escocês Sunday Post, o ex ministro Jack McConnel.

Em declaração pública, a instituição de caridade afirmou estar contribuindo com as investigações. “Nós oferecemos nossas mais sinceras desculpas para todos que sofreram qualquer forma de abuso enquanto estavam sob nossos cuidados”, disse. A segunda parte do inquérito, que deve analisar as denúncias de agressões feitas por antigos internos, deve acontecer ainda em 2017.

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