Como funciona um jornal? Os bastidores da produção cotidiana do Diario de Pernambuco
O Diario atingiu a marca dos 190 anos e de algumas centenas de milhares de matérias. Para que estas páginas cheguem a você, há uma rotina de dedicação
“Eu ainda acredito que, sendo seu objetivo mudar o mundo, o jornalismo é uma das armas mais imediatas de curto prazo”. A frase é do dramaturgo britânico Tom Stoppard, que, desde os 17 anos, passou a reportar numa redação do então Western Daily Press de Bristol, no Reino Unido. Mas poderia ser minha. E de tantos outros jornalistas pernambucanos. Escrita em qualquer dos últimos três séculos. Forjada em tipografia, marcada em máquinas à fita ou tecladas da tela de celulares.
Muito mudou desde 1825, quando, em poucas páginas, circulou um compilado de anúncios que formaram a primeira edição do que seria o mais antigo jornal em circulação na América Latina – título tão megalomaníaco quanto seu estado de origem, mas tão verdadeiro quanto a felicidade do sertanejo ao sentir os primeiros pingos de nuvens a lacrimarem nos céus. Nas 19 décadas, não mudou, no entanto, a capacidade de testemunhar e dialogar com a história da qual se faz, inanimadamente, uma das maiores testemunhas.
Ainda são longos dias, muita tinta e um papel de ouvido e megafone de inúmeros grupos da sociedade, na tentativa de entender e retratar a ela mesma. Das 7h, quando o primeiro profissional acende as luzes da redação às 5h, quando, no dia seguinte os últimos lotes de jornais estão sendo entregues, centenas de pessoas trabalham para propor o convite de abandono da ilha de um indivíduo a fim de desbravar o mar dos fatos.
É atribuída a Jef Mallett a frase “escrever bem significa nunca ter que dizer eu acho que você precisaria estar lá”. E este é o desafio diário proposto em cada página de um jornal – transpor a realidade ao alcance dos dedos de quem não se fez presente na definição dos fatos, mas será impactado por eles.
O Diario esteve “lá” quando a República foi proclamada e segue até hoje sua angústia em se fazer valer de um processo democrático verdadeiro. Também noticiou quando os escravos brasileiros foram libertados e a luta, década após década por uma igualdade que ainda encontra forças na ignorância contemporânea e insiste em distinguir as cores que cobrem carne e sangue vermelhos desde sempre. Estampou que o homem foi à Lua e quando ela, recentemente, enrubesceu. Serviu de moldura para um papa, uma rainha e tantos presidentes. Estimulou avanços, denunciou retrocessos, se propôs a dialogar com o futuro, sendo tão carregado de história. Tudo isso a partir de olhares e suores de quem se vê viciado pelo desafio e regozijo de tomar histórias emprestadas.
O jornalista fundador do Partido Republicano dos EUA, Horace Greeley, já alertava: “O jornalismo irá te matar, mas irá te manter vivo enquanto o estiver exercendo”. Seguimos vivendo.
Uma semana de Diario
páginas entregues ao assinante
exemplares impressos
O Diario em um ano
toneladas de papel
Corresponde ao peso de nada menos que três modelos do Airbus 380 lotados – o maior avião comercial do mundo
Suficiente para 9 voltas à Terra
de exemplares impressos
páginas impressas
O equivalente a 212 mil Enciclopédias Barsa Universal (18 volumes)
de páginas enfileiradas
Uma página do Diario contém 900 palavras
ou cerca de 5,4 mil caracteres
É como se, em um ano, o jornal publicasse
16 Bíblias Sagradas
Para isso, são necessários
profissionais envolvidos
editorias publicadas: Economia, Local, Política, SuperEsportes, Suplementos, Viver e Web
Confira o especial dos 190 anos do Diario
diariode.pe/190anos
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