Cientistas descobrem substância que reverte envelhecimento celular

Pixabay/Reprodução

Após quatro anos de pesquisas, uma equipe de cientistas da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, acaba de fazer uma descoberta que pode levar a uma revolucionária “pílula de rejuvenescimento”. Liderados pelo Dr. Davis Sinclair e pela Dr. Lindsay Wu, eles conseguiram resultados animadores com testes em ratos de uma droga experimental, que conseguiu reparar totalmente os danos no DNA dos roedores causados por radiação ou por envelhecimento.

O experimento se concentrou no processo natural de reparação dos danos ao DNA causados pelo sol ou pelo tempo – uma capacidade que as células de nosso corpo perdem conforme envelhecemos. Os cientistas descobriram que a molécula de sinalização celular NAD+, naturalmente presente no organismo humano, tem um papel chave no controle das interações entre as proteínas que controlam esse processo de regeneração.

Desse modo, os cientistas iniciaram um tratamento que consistia em um reforço intenso de NAD+ em ratos, com uma substância chamada por eles de NMN. Ao jornal Daily Mail, Sinclair afirmou que, com apenas uma semana de tratamento, as células dos roedores mais velhos tornaram-se indistinguíveis daquelas pertencentes aos mais novos.

O próximo passo agora é o teste em humanos, que deve ter início em seis meses. Ainda de acordo com Sinclair, caso os resultados permaneçam favoráveis, um medicamento anti-envelhecimento seguro e eficaz poderá chegar ao mercado em até cinco anos.

Da esquerda para a direita: Lindsay Wu, Myung-Jin Kang, Frank Stoddart, David Sinclair, Ashley Wong e Hassina Massudi. Foto: Universidade de Nova Gales do Sul/Britta Campion

Mas a equipe não estava em busca da tão sonhada imortalidade. Na verdade, Wu e Sinclair foram os vencedores de uma competição promovida pela Nasa, que buscava soluções para os efeitos do envelhecimento acelerado sofrido por astronautas devido à exposição à radiação cósmica. Os danos acontecem mesmo em missões curtas; mas em uma viagem mais longa, como nos quatro anos das viagens planejadas à Marte, os astronautas poderiam perder até 5% das células do corpo e terem chances de quase 100% de desenvolverem um câncer.

Porém, a dorga poderia amenizar os efeitos da radiação a que todos estamos expostos (como num exame de raios-X, por exemplo). Mas uma outra aplicação prática (e ainda mais nobre) seria o tratamento de crianças vítimas de câncer. De acordo com a Dra. Wu, 96% dos pacientes de câncer infantil acabam apresentando envelhecimento precoce e, por volta dos 45 anos, desenvolvem doenças crônicas, como Alzheimer, diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares, além de outros tipos de câncer.

Certamente um importante passo para que possamos viver um pouco mais – e melhor. E de quebra, ficamos também um pouco mais perto de podermos “audaciosamente ir aonde nenhum homem jamais esteve”.

 

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