Cientista quer devolver definição de planeta a Plutão

Wikimedia/Reprodução

Falar sobre a condição de Plutão ser um planeta ou não é um assunto que gera polêmica entre cientistas. Por anos, astrônomos tem discutido sobre como chamar o mundo pequeno e gelado no final do sistema solar. Apesar de aconselhar que nunca toquem no assunto perto de um pesquisador, o cientista planetário Kirby Runyon pretende fazer uma exibição pública para reacender o debate sobre o status de Plutão e sobre a possibilidade de adicionar outros 102 planetas ao sistema solar.

“É uma nomenclatura cientificamente útil e, eu acho, por causa do poder psicológico por trás da palavra ‘planeta’; ela se torna mais consumível pelo público em geral”, disse o cientista ao jornal britânico The Independent. No entanto, a cientista Carolyn Porco acha que toda classificação deve ser útil e a que foi dada por Runyon não é.

Em uma votação realizada em 2006, cientistas chegaram a conclusão de que força gravitacional é o que difere os oito planetas do sistema solar das outras esferas. Cada planeta é grande o suficiente para dominar a orbita, absorvendo, ejetando e controlando o movimentos dos objetos que se aproximam. A definição também diz que os planetas devem girar ao redor do sol. Porém, Plutão divide sua área com outros objetos e por isso foi chamado de “planeta-anão” – um corpo que lembra um planeta, mas falha no quesito de ejetar e controlar movimentos ao redor.

Para Runyon, essa distinção é menos importante do que o que as dúzias de sistemas solares têm em comum: geologia. “Eu estou interessado no que está intrínseco a um objeto. O que está na superfície ou no interior; se um objeto orbita ao redor de outro ou não, não importa para mim”, disse. É isso que ele chama de uma definição geológica: um planeta é qualquer coisa que seja grande o suficiente para a gravidade puxar para uma esfera, mas não grande o suficiente que comece a passar por uma fusão nuclear e tornar-se uma estrela. Com essa análise, cientistas podem dividir os planetas em subcategorias: planetas lunares, planeta rochosos, planetas gasosos e planetas gelados.

Porém, tornar a palavra “planeta” algo mais inclusivo formalizaria uma coisa que muitos cientistas já fazem, que é usar o termo ao comparar detalhes geológicos. Quando Plutão foi adicionado ao sistema solar, os astrônomos erraram a respeito do tamanho, dizendo que ele poderia ser até maior que Júpiter, e só 50 anos depois eles perceberam que Plutão dividia sua zona com outros objetos. O projeto apresentado por Runyon não é uma proposta formal e ele não pretende fazer da definição dele outro motivo para uma grande votação (ainda), mas, por enquanto, espera levantar debate.

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