Bateria de lixo nuclear em diamante durará 5 mil anos

George Hodan/Public Domain Pictures

A bateria de um diamante radioativo, criado por cientistas a partir de lixo nuclear, poderá durar mais de 5 mil anos. O material serviria para dar carga a equipamentos como espaçonaves, satélites e drones, que precisam ser mantidos em execução por um longo espaço de tempo. Durante os testes, os pesquisadores criaram um protótipo da bateria a partir de um isótopo, variante do elemento Níquel, de número 63 na tabela periódica, como fonte de radiação. A carga era transferida apenas pela proximidade a uma fonte radioativa, sem necessidade de contato.

“Ao armazenar um material radioativo dentro de diamantes, nós transformamos um problema de longo prazo – de resíduos nucleares – em uma bateria acionada a energia nuclear e um suprimento duradouro de energia limpa”, explicou o professor de Ciências Materiais do Centro de Análise de Interface da Universidade de Bristol, Tom Scott, ao jornal britânico Daily Mail.

Atualmente, os cientistas estão buscando aprimorar a eficiência desse dispositivo, utilizando o carbono-14, gerado em blocos de grafite para moderar as reações em usinas nucleares. Por ficar concentrado na superfície desses blocos, o elemento possibilita que eles sejam processados para que se remova a maior parte do material radioativo. A partir disso, ele é extraído e incorporado a um diamante para a produção da bateria. “O carbono-14 foi escolhido porque ele emite uma radiação de curto alcance, que é rapidamente absorvida por qualquer material sólido. Dessa forma, seria perigoso ingerir ou tocar o objeto com a pele desprotegida, mas, estando contido dentro do diamante, nenhuma radiação pode escapar”, disse o professor da Escola de Química da Universidade de Bristol, Neil Fox.

Ainda segundo Neil, o diamante é a substância mais rígida que se tem conhecimento, de forma que nenhum outro objeto poderia ser mais seguro. A quantidade de carbono-14 a ser utilizada em cada bateria ainda não foi decidida. No entanto, de acordo com os pesquisadores, 1g do elemento transmite 15 joules – unidade utilizada para medir energias mecânica e térmica – por dia, menos do que uma pilha alcalina comum, do tipo AA.

O carbono-14 tem uma meia-vida de 5,7 mil anos, que é o tempo que leva para que sua radioatividade diminua até a metade de seu potencial inicial. Dessa forma, uma bateria construída em 2016 funcionaria em sua total potencialidade até o ano de 7746.

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