App busca detectar câncer no pâncreas com ajuda do celular

BBC/Reprodução

O câncer pancreático, conhecido por gerar uma coloração amarela nos olhos, agora poderá ser identificado mais rapidamente. Nos EUA, estudiosos desenvolveram um aplicativo especializado em detectar os primeiros sintomas da doença. A ideia de se apropriar da tecnologia surgiu a partir da dificuldade de diagnóstico em estado inicial. As pesquisas mostram que a taxa de sobrevida das pessoas com esse tipo cancerígeno é de somente cinco anos, fato que justifica a preocupação na identificação precoce dele.

Alex Mariakaskis, pesquisador vinculado à Universidade de Washington, explica que o programa funciona a partir da análise da esclerótica, parte branca dos olhos, para medir os sinais de icterícia, aspecto amarelado por limitações de saúde, em indivíduos adultos. “Há dois usos. Um deles para rastreamento, através do qual as pessoas podem saber que estão num grupo de alto risco, podem procurar um médico e começar o tratamento mais cedo. A outra aplicação é o controle da doença. Alguém que já esteja recebendo tratamento para a condição e não queira ter o sangue extraído a cada 24 horas pode usar o nosso aplicativo para ter as mesmas medidas”, disse em entrevista à BBC.

Em contraponto aos criadores do app, a organização britânica Cancer Research UK não está tão confiante para apostar na novidade. “Não há evidência de que este aplicativo pode apontar corretamente casos de câncer pancreático, principalmente porque a icterícia (coloração amarela na esclerótica) também pode ser sinal de outras condições de saúde. Uma tecnologia como esta deveria passar por testes clínicos mais amplos para sabermos se tem o potencial de ser uma ferramenta útil e confiável”, afirmou a entidade por meio de um comunicado.

Com eficácia de 90% em comparação ao teste sanguíneo, o aplicativo foi experimentado por 70 pessoas. Os estudiosos que criaram a ideia estão em busca da aprovação de reguladores norte-americanos para que possam lançar o produto. “É comum as pessoas notarem um sintoma, buscarem na internet e acharem que têm um problema sério. Nosso aplicativo e outros de diagnóstico no celular podem perpetuar isso, porque não apenas estamos dizendo às pessoas que elas devem ter certas condições, mas estamos dando dados para apoiar isso. Então queremos ser muito cuidadosos sobre como nós apresentamos esses tipos de resultados às pessoas”, concluiu Mariakaskis.

Gostou do conteúdo? Em nossa página tem mais: