Colégio separa meninos e meninas no Rio de Janeiro
O colégio Porto Real, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, adotou um método de ensino espanhol criado em 1960 por Victor García Hoz, o single sex (único sexo), em que há a separação de meninas e meninos dentro do colégio. Desde os ensinamentos na sala de aula até os momentos de recreação no intervalo são feitos separadamente. O método foi aplicado em duas turmas do 1° ano do ensino fundamental. As informações foram dadas com exclusividade ao jornal O Globo.
As aulas ministradas na sala masculina são dadas por um homem, enquanto uma professora fica responsável pela turma das meninas. Os assuntos são os mesmos, porém, a abordagem muda de acordo com o que se acredita ser mais agradável para cada universo. “Meninas, em termos afetivos, amadurecem muito antes dos meninos, o que inclui as áreas do cérebro responsáveis pela leitura e pela escrita. Já o cérebro masculino nesta fase está pronto para a questão da ciência, mas não da escrita”, explica Adriana Abreu, diretora do ensino fundamental feminino, em entrevista ao jornal carioca.
De acordo com o método da Educação Personalizada, a educação e convívio social é dada em ambientes fora do colégio. A reportagem cita ainda um estudo realizado pela Stetson University, na Flórida, ao longo de três anos, que mostrou que meninas que estudam em classes mistas obtiveram 59% de proficiência acadêmica. Já as matriculadas em turmas single sex alcançaram 75%. No caso dos meninos, a diferença é de 37% para 86%.
Nas redes sociais, um grande movimento se fez sobre o assunto na própria página do colégio. A internauta Fernanda Andrade de Abreu, mesmo sem ligação com a instituição de ensino defende o método: “Adoraria que os meus filhos estudassem lá, pena que não tem turma para a idade deles. Adorei a reportagem. Pena que não mostra os excelentes resultados deste tipo de educação em outros países. Em Portugal, por exemplo, as 3 melhores escolas no ranking nacional tem a mesma metodologia, 2 de meninas e 1 de meninos”. A opinião encontra eco na opinião de pais que apoiaram o método de ensino, como Samia Marsili, que escreve: “Muito bom!!! Não tenho dúvuda que a separação foi muito boa pro meu filho!!! 👏👏👏”. Já para outros leitores, como Thomaz Andrade, a notícia se apresenta de forma preocupante: “Quando vi a matéria pensei que fosse algo sensacionalista! Vendo agora o colégio se vangloriando disso é lamentável! Em pleno século XXI ! Ai…ai….😢”. Foi o mesmo caminho de pensamento que seguiu Josane Stival: “Em uma cultura como a nossa, preconceituosa e diversa, esse tipo de educação é um retrocesso, uma pena!”.
Com menos de 24h da pauta ganhar as ruas, o Colégio Porto Real comemora os resultados da polêmica publicidade de seu método de ensino e anuncia fila de espera, dada a procura pela instituição já no segundo semestre de 2017.